EMPRESAS FAMILIARES ATRAEM INVESTIDORES NA REGIÃO DE CAMPINAS

11 de novembro de 2014.
Três em cada quatro
acionistas de empresas familiares na Região Metropolitana de Campinas (RMC)
querem investir para crescer. Segundo Marcos Nogueira Simões, sócio-diretor da Jequitibá Investimentos,
assessoria financeira especializada em fusões, aquisições e consultoria
empresarial, apenas um pretende sair do mercado por meio da venda do
negócio. “Nossas pesquisas e
experiência de mercado apontam que, entre as empresas que mais têm atraído
investidores nos últimos tempos, estão as que atuam nas áreas de alimentação,
saúde, serviços profissionais e tecnologia”, explica Simões.
A Tecgraf, com sede
em Campinas e especializada em soluções e projetos em computação gráfica, é uma
das empresas familiares que buscam crescimento. “Precisamos de uma gestão
direcionada e com planejamento, de olho no futuro para atender mais e melhor”,
afirma Warsis Slywitch, diretor e fundador da Tecgraf.
No mercado desde
1990, a Tecgraf cresce entre 20% e 30% ao ano apenas com o Agrocad, ferramenta
de agricultura de precisão desenvolvida pela empresa.  “Somos parceiros estratégicos de multinacionais
como John Deere entre outras do setor de agronegócio. Também temos parceria com
a Autodesk, líder mundial em software de projeto 3D para entretenimento,
recursos naturais, manufatura, engenharia, construção e infraestrutura civil”.
Hoje, a Tecgraf, que começou com apenas três pessoas, conta com 32 funcionários
e quatro unidades. “Estamos também nos preparando para outros mercados, fizemos
uma exportação indireta para a Angola e, recentemente, a primeira exportação
direta para um produtor de arroz no Uruguai”, acrescenta Slywitch.
Investidores geralmente
buscam adquirir empresas familiares por entenderem que o capital aportado nesse
tipo de negócio, quando associado a técnicas de gestão mais agressivas, tende a
gerar ótimas oportunidades. “Muitas vezes ao receber esse aporte de capital e
de gestão, empresas familiares podem chegar a valer mais do que o dobro no
médio prazo. Esse ganho é possível, por exemplo, porque certas empresas
familiares em condições favoráveis encontram em seus investidores a sinergia
necessária para ganhar escala nacional ou internacional”, afirma Marcos
Nogueira Simões, da Jequitibá
Investimentos.  
Na avaliação de
Simões, conhecer o valor da empresa na hora certa de atrair investidores para a
venda ou expansão é fundamental e para saber o
valor do próprio negócio e se preparar para esse momento algumas medidas são
necessárias. “Cada organização familiar costuma medir seu valor muitas vezes
com base em critérios culturais e sentimentais. No entanto, na maioria das
empresas, o valor da companhia deve ser visto como a somatória dos
benefícios econômicos gerados pela atividade empresarial. É preciso estimar os
benefícios financeiros futuros obtidos pela empresa com base nas competências
atuais estabelecidas e considerando os riscos e retornos inerentes à atividade
principal. Ou seja, entender o negócio como um investimento de seus sócios e
tratá-lo como tal”, esclarece Simões. Uma ajuda profissional nesse sentido faz
toda a diferença no começo, mas o ideal é que a empresa incorpore esses
conceitos na sua cultura e nos principais indicadores de desempenho,
complementa o executivo.
Existem técnicas e
metodologias de avaliação internacionalmente reconhecidas que ajudam a
estreitar o intervalo de valor que se pode atribuir a uma empresa ou às suas
ações. Saber o valor de uma empresa também ajuda seus administradores e
proprietários a planejar o destino do negócio, estabelecer estratégias, comprar
ou vender outras empresas e captar recursos.
Os proprietários de
uma empresa familiar devem estar sempre preparados para uma eventual venda,
mesmo que num primeiro momento esta não seja a intenção. Esse preparo traz
maiores chances de atrair investidores em caso de necessidade de expansão ou
até mesmo na hipótese de venda, quando os donos percebem que chegaram ao final
de um ciclo. “Em geral, ninguém conhece um negócio ou cuida dos recursos da
empresa melhor do que seus proprietários ou controladores. Porém, muitas vezes eles
pecam por planejar o crescimento de forma desestruturada e não prioritária, ao
mesmo tempo em que alguns hábitos e questões de relacionamento familiar são
difíceis de mudar, podendo gerar conflitos com o objetivo estratégico do
negócio”, na opinião do sócio-diretor da Jequitibá Investimentos. A visão
externa e pragmática de um sócio investidor ou assessor experiente pode dar
impulso à mudança e aumentar a versatilidade na tomada das decisões assim como
ampliar o retorno sobre o capital investido, o que certamente aumenta o valor
da empresa. 
Atualmente, a maioria
das empresas familiares já percebeu essa tendência e busca um novo modelo de
governança, deixando para trás os hábitos antigos de gestão. Muitas optam pela
criação de conselhos familiares, consultivos e buscam alinhamento dos sócios por
meio de acordos de acionistas estruturados para fortalecer e estabilizar a
gestão. Tudo isso tendo como ponto central a meritocracia e o profissionalismo
dos gestores – familiares ou não.
Para o executivo, é
importante que os responsáveis por empresas familiares tenham todos esses
conceitos em mente porque a estrutura de negócio familiar sempre existirá. A
inovação, um dos pilares do capitalismo, e a demanda por novos produtos e
serviços sempre estimularão o empreendedorismo expresso na forma de modelos
empresariais familiares ou com vínculos de amizade.
Foto: Marcos Nogueira Simões, sócio-diretor da Jequitibá Investimentos.
Crédito: Divulgação. 
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