CLÁUDIO COUTINHO, OVERLAPPING E OUTRAS ESTRATÉGIAS

10 de março de 2016.
ARTIGO DO PROFESSOR ROBSON PANIAGO

Muito do que se fala
neste capítulo está baseado em metáforas e pode ser visto num livro denominado
Imagens das Organizações de Garrett Morgan, que aborda a metáfora das
organizações. Considero que estas metáforas podem ser encontradas na harmonia
do futebol, do carnaval e da beleza brasileira.
Houve um técnico de
futebol, Cláudio Coutinho, que inclusive chegou à seleção, que pregava umas
técnicas, na época, ditas modernas, inclusive com um jargão americanizado. Ele
falou do overlapping e outras técnicas que mexeram com os jogadores
brasileiros. Ele dizia, dentre diversas técnicas e falas, que em certos
momentos do jogo, a defesa deveria atuar no ataque e vice-versa, havendo uma
rotação dos jogadores no campo, para atingir um melhor resultado, isto é, a
vitória.
Nas organizações
temos o conceito do job-rotation (rotação de cargos), que é quando colocamos o
jogador/colaborador para atuar em todos os setores da organização, portanto na
falta de alguém, a empresa nunca ficaria a descoberto.
Esta visão pode ser
utilizada na alta cúpula, onde o diretor financeiro pensa e atua de maneira
mercadológica e vice-versa. O perfil do diretor-financeiro é de uma pessoa mais
conservadora e o de marketing, mais expansiva e linha de frente.
Promovendo a
miscigenação entre eles, poderíamos fazer um adquirir culturas e hábitos do
outro e as relações poderiam ser melhoradas nas organizações, pois a
agressividade do homem de marketing poderia ser compensada com o pensamento
mais comedido do homem de finanças. Teríamos um homem/mulher de finanças com
visão de marketing e vice-versa. Isto pode ser visto no desenho abaixo:
Diretor Financeiro no
ataque <===== e Diretor de Marketing na defesa
Diretor de Marketing
no ataque <===== e Diretor Financeiro na defesa
Nas empresas, o
administrador deve partilhar seus conhecimentos e saber jogar com e para a
equipe, além de também contratar craques que saibam mais do que ele para dar
respaldo a sua administração. Administrador que só contrata gente pior do que
ele é mais medíocre que o mais medíocre dos seus funcionários.
Além disto, ele deve
entender que na sua área de conhecimento, seja ela qual for, é imprescindível o
conhecimento dos outros e de outras áreas. Sendo assim ele deve ser o maestro
da equipe e conhecer um pouco de cada um e seus instrumentos e fazer a orquestra
não desafinar.
Também deve saber que
quando as pessoas estiverem eufóricas no negócio, ele deve baixar a
temperatura, relembrando sobre os momentos difíceis pela frente e quando a
empresa estiver apática, ele deve fazer com que a mesma se torne mais motivada.
É como diz o ditado: “Depois da tempestade vem a bonança”.
Atente que ser
administrador é um exercício de solidão, por isto ele deve encontrar válvulas
de escape. Andar, participar de clubes de afinidade, fumar cachimbo, escrever
poesias (se tiver o dom), pisar mais na grama, andar de ônibus e ouvir as
pessoas simples e viver e viver e viver!
Além disto,
acreditamos que o administrador/jogador de futebol tem que ser solidário e
saber jogar em equipe. Não é porque você é craque que não precisa saber jogar
em equipe. Talvez por ser craque e ter uma genialidade a mais, seja importante
este partilhar com o time. Se o craque não tiver a equipe afinada, o resultado
pode não ser o desejado.
         
Robson Paniago é
professor da IBE-FGV, doutor em Ciências Empresariais pela Universidad Del
Museo Social Argentino, mestre em Administração pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, especialista em Marketing pela Escola Superior de
Propaganda e Marketing – SP e Graduado em Administração pela Universidade São
Marcos – SP.
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

LOGÍSTICA REVERSA ESTÁ NO FOCO DE 46% DAS EMPRESAS DA REGIÃO DE CAMPINAS

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, focou em sua …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn