COLUNA DO PROFESSOR MARCOS FONTES

31 de agosto de 2014.
O teto imobiliário
Marcos
Fontes
A crise financeira de 2008 nos
Estados Unidos protagonizada pelos fundamentos frágeis e especulativos do
mercado imobiliário daquele país trouxe reflexos para outros diversos países e
se convencionou chamar de “bolha Imobiliária” qualquer movimento de aumento de
preço do m2 acima dos índices de inflação por determinado médio prazo.
Vale recordar que o Brasil enfrentou
a crise com uma medida contra cíclica denominada Programa Minha Casa Minha
Vida, de maio de 2009. Esse programa governamental teve reflexo imediato na
questão do emprego e da renda na Indústria da Construção Civil. Com este medida
também vimos o PIB da Construção Civil saltar de 3 para os 8% atuais, com ainda
grande margem de crescimento se considerarmos esta relação em países inclusive
da America Latina.
Este crescimento foi impulsionado
pela ampla disponibilização de credito imobiliário para todas as faixas de
renda pelos bancos estatais e privados, que viram no mercado imobiliário
novamente um excelente negócio. Este movimento começa a ficar “maduro” depois
de cinco anos de crescimento ininterrupto.
Como o Real Estate brasileiro é
relativamente novo, vemos muitos amadores fazendo analises açodadas e ate
influenciando decisões estratégicas, como foi o caso dos IPO das grandes
construtoras e o desorientado movimento de compra de terrenos nos anos de 2010
e 2011, culminando com o grande estoque do final de 2013 e inicio de 2014.
Portanto, num mercado extremamente
assimétrico e potencialmente desafiador, só agora começamos a ver analises e
estudos mais consistentes, regionalizando tendências de preços em função
principalmente do excesso de oferta em relação à demanda e nunca de uma bolha
imobiliária tupiniquim.
Marcos Fontes é economista da IBE-FGV especialista
nas áreas de Finanças e Imóveis com ênfase em crédito
imobiliário e construção civil.
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