ESPECIALISTAS DA IBE-FGV CRITICAM DISCURSO ECONÔMICO DE PRESIDENCIÁVEIS

01 de outubro de 2014.
Há menos de uma semana para as
eleições, os caminhos apontados pelos 11 candidatos à presidência para resolver
problemas na área econômica e controlar a inflação são bem diferentes e priorizam
temas distintos.
Enquanto alguns presidenciáveis
priorizam o fortalecimento do tripé macroeconômico, o pagamento da dívida
pública e a autonomia do Banco Central, outros criticam a independência da
instituição, afirmam que os recursos devem ser priorizados para áreas como
saúde e educação e apontam o pagamento da dívida como condição de submissão do
país a interesses do capital privado.
Além da inflação alta, outros
desafios que o governo eleito terá que enfrentar é a perspectiva de
desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB), o aumento dos índices de
desemprego e uma reforma tributária, que é o foco das propostas de 10 dos 11
candidatos, incluindo os três principais. Para o economista e professor da
IBE-FGV, Paulo Ferreira, nenhum dos candidatos é claro nas propostas da área
econômica. “Os candidatos são generalistas, o que podemos dizer é que dos três
melhores posicionados nas pesquisas de intenção de votos, a única que não tem
experiência em gestão é a candidata Marina Silva, que terá um desafio maior no
início do governo e precisará  de uma boa e experiente equipe”, diz o
especialista.
Se a regra orçamentária de qualquer
família é gastar menos do que se ganha, a mesma regra é válida para o Governo
Federal, apesar do atual governo não seguir o exemplo ideal de controle
orçamentário. Nos últimos 10 anos, o número de ministérios quase dobrou, há
registros do aumento de despesas acima da cota de arrecadação, orçamentos
expostos a expectativas demasiadas, mudança de metodologias técnicas para
apuração dos índices controlados, contrariando os princípios da Contabilidade
Pública, e falta de credibilidade. “Sem dúvida alguma o governo Dilma não é
sinônimo de bom modelo de gestão, muito pelo contrário, e um dos desafios para
2015 será o ajuste das premissas orçamentárias com o objetivo de equilíbrio das
contas públicas”, expõe o economista da IBE-FGV, Múcio Zacharias.
Nos últimos anos o país não respeitou
contratos, criou subterfúgios contábeis para melhorar os indicadores, mudou
regras de indicadores econômicos e implantou crises nos órgãos estatais de
divulgação dos índices econômicos (IBGE-IPEA). “Todos esses acontecimentos
denotam um grande movimento de falta de credibilidade e o próximo governante,
sendo a continuidade ou não, deverá reverter esse quadro”, diz Múcio que ainda
completa: “Mudança é a palavra do momento e por isso todos devemos nos
conscientizar de que a responsabilidade não poderá ser compartilhada, é pessoal
intransferível”.
Foto 1 – Professor Múcio Zacharias.
Foto 2 – Professor Paulo Ferreira

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