ESTUDO INÉDITO DA JEQUITIBÁ INVESTIMENTOS REVELA DIFICULDADES DE EMPRESAS LISTADAS NO NOVO MERCADO

14 de março de 2016.
Há menos de 10 anos o
Brasil havia conseguido o Grau de Investimento em três das maiores agências de
classificação de risco do mundo. Recentemente, o País perdeu essas três
conquistas.  A grave crise econômica, com
declínio significativo do PIB (produto interno bruto), em 2015 projeta para
2016 e também para 2017 uma tendência de queda. O declínio na atividade
econômica e as incertezas associadas a essa queda afetam profundamente o
ambiente de negócios e, consequentemente, os balanços e os resultados das empresas
no fechamento do ano de 2015. 
Considerando o
pressuposto da continuidade operacional das empresas, um estudo inédito realizado pela
Jequitibá Assessoria Empresarial, braço da Jequitibá Investimentos, com sede em
Campinas, mostra a expectativa de indicadores preocupantes para os balanços e
resultados de 2015.  Essa análise
considerou as Demonstrações Financeiras Trimestrais de 131 empresas listadas na
categoria “Novo Mercado”, que é identificado como nível máximo de governança
corporativa pela BMF&Bovespa.  Foram
retiradas dessa amostragem as instituições financeiras por terem
características operacionais não comparáveis com as empresas industriais e de
serviços, objeto do estudo.
O sócio da Jequitibá
Investimentos, Jarib Fogaça, disse que para se entender como se apresenta tal
situação nesse grupo de empresas, observou-se um indicador típico que levanta
incertezas sobre a continuidade operacional de uma empresa, que é o patrimônio
líquido negativo.  “Neste estudo,
observa-se que no período de 1 ano, do 4º trimestre de 2014 até o 3º trimestre
de 2015, o número de empresas listadas no novo mercado, com patrimônio líquido
negativo saltou de 1 empresa para 7 empresas, um crescimento de 600%.  Se considerarmos que 7 empresas das 131
analisadas representa mais de 5% da amostra, então observamos que há sim uma
deterioração significativa na saúde patrimonial e financeira das empresas, diz.
Segundo Jarib Fogaça,
outro indicador típico de incerteza é o prejuízo recorrente.  “Utilizando para análise o EBITDA, ou em
português conforme definido tecnicamente como LAJIDA (lucro antes dos juros,
impostos, depreciação e amortização), que é um indicador de geração de caixa,
derivado do lucro ou prejuízo conforme o caso, também observamos uma
deterioração na saúde das empresas.  O
número de empresas com LAJIDA negativo no mesmo período também cresceu, mas o
que mais preocupa é que das 131 empresas analisadas, 15% estão com LAJIDA
negativo, confirmando a deterioração da situação patrimonial e financeira e
contábil, dessas empresas”, destaca. 
O que também chama
muito a atenção no levantamento realizado pela Jequitibá é a análise das
empresas com dívida liquida superior ao seu próprio patrimônio líquido
positivo, que no 3º trimestre de 2015 atingiu o número de 28 empresas, ou seja,
21% da amostra de 131 empresas analisadas. 
Dívida liquida, ou seja, se o valor devido de empréstimos e
financiamentos em uma certa data diminuído do saldo de caixa nessa mesma data,
é maior que o próprio patrimônio, é um forte sinal de alerta.  A partir desse momento, já se sabe que mesmo
ainda com patrimônio líquido positivo, essa empresa já deve mais do que possui
e terá um grande desafio para reverter essa situação. 
Considerando que os
demonstrativos financeiros devem ser preparados no pressuposto da continuidade
operacional, a deterioração dos indicadores financeiros das companhias listadas
no novo mercado demanda muita atenção, não somente financeira, mas também
contábil.  Essa premissa deve ser
continuamente reconfirmada, e formalmente documentada, a cada ciclo operacional
anual, e certamente deverá ser reconfirmada na preparação dos balanços e
resultados de 2015. 
Os indicadores
típicos que geram dúvidas quanto à continuidade operacional de uma empresa,
segundo as normas em vigor, consideram as condições de a empresa apresentar
prejuízo e passivo circulante em excesso a seu ativo circulante, bem como seu
passivo total em excesso a seu ativo total, o que representa patrimônio líquido
negativo.
Análises profundas
dos indicadores operacionais e financeiros e projeções serão necessárias para
assegurar às companhias que a premissa de continuidade operacional permanece. A
análise dessa premissa incluirá a revisão do planejamento estratégico, das
projeções econômicas e financeiras decorrentes desse planejamento e as
projeções de resultados e fluxos de caixa. Os sinais econômicos gerais de
recessão na economia, bem como as evidências públicas de problemas financeiros
enfrentados pelas empresas em certos setores, provocam ainda mais preocupação.
Os administradores
dessas e demais empresas, devem estar ainda mais atentos ao fator risco de
continuidade operacional em suas organizações, de forma a tomar ações prévias
para detectar, prevenir ou eventualmente remediar o risco observado.
Jarib Fogaça é sócio
da Jequitibá Investimentos, ex-sócio de auditoria da KPMG, por mais de 20 anos,
ocupou a posição de gerente sênior do escritório da KPMG em Nova York. Formado
em Ciências Contábeis, Economia e Administração pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, realizou cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação na Fundação Dom
Cabral e no IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.
Foto: Sócio da Jequitibá Investimentos, Jarib Fogaça.
Crédito: Divulgação.
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