FALTA DE COMPETITIVIDADE TRAVA A ECONOMIA DA REGIÃO DE CAMPINAS

27 de abril de 2016.
A economia na região
metropolitana de Campinas (RMC) está totalmente travada. O mês de março registrou 650
demissões e no acumulado de janeiro a março a indústria da região de campinas
acumula 850 demissões e por enquanto sem perspectiva de melhora. O Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas em parceria com o
centro de pesquisas econômicas da Facamp – Faculdades de Campinas divulgou a
pesquisa de sondagem industrial referente a março deste ano e mostra que o
nível de produção diminui para 46,9% para os respondentes. Para 28,1%
permaneceu inalterada  e para outros 25%
houve aumento. Com relação as vendas, a pesquisa mostra que 53,1% dos
empresários apontaram que houve queda nas vendas, 21,9% apontaram estabilidade
e 25% que houve um aumento. Com relação a inadimplência, a sondagem revela que
no mês de março, ela aumentou para 56,3%. Para 37,5% a inadimplência se manteve
estável e apenas 6,3% apontaram redução. 
O nível de capacidade
instalada, deixa claro que as empresas reduziram sensivelmente sua capacidade
de produção. Na faixa de 0 a 50%, 28,1% declararam que estão operando nessa
faixa. Na faixa de 50,1% e 80%, 62,5% dos respondentes afirmaram que estão
operando nesta faixa e apenas 9,4% estão operando na terceira faixa de 80,1% e
100%.
Com relação ao
planejamento  do investimento para os
próximos 12 meses, apenas 3,1% dos respondentes revelaram que pretendem
expandir os investimentos. Já 28,1% pretendem manter o planejamento de
investimentos. A grande maioria, 62,5%, não pretende investir.
O economista e
professor da Facamp, José Augusto Ruas, diz que este quadro mostra que a
economia regional está realmente paralisada. “O consumo das famílias vem
piorando porque o desemprego vem aumentando, então a condição dessas famílias
de ampliar o seu gasto ou ampliar o crédito para consumir algum produto como um
automóvel ou um eletrodoméstico é muito pior, então as famílias não querem
gastar. O empresário está olhando para este cenário e vê que não há demanda.
Não há demanda nem aqui e nem externa. Com isso ele não quer investir e ele não
deve gastar. O problema é que nenhum dos agentes da economia querem fazer
gastos. O único agente que pode fazer gasto nesse momento para estimular uma
retomada é o Estado e o Estado está envolto num problema político e econômico
bastante complexo. Qualquer que seja o governo que assuma a partir do final
desse processo é preciso ter uma política muito clara, não só de sinalização de
qual é o futuro, mas de retomada de investimentos”, explica.
O diretor titular do
Ciesp Campinas, José Nunes Filho, disse que a demissão de 650 trabalhadores no
mês de março e o acumulo de 850 demissões no primeiro trimestre é preocupante.
“Desde 2009 foi o pior trimestre. Nos últimos 13 anos, março normalmente tem
sido um mês de contratações. Nós só tivemos quatro marços nesses 13 anos que
nós tivemos demissões e também se considerarmos as demissões no trimestre, em
13 anos nós só tivemos quatro trimestres iniciais com demissões e esse é um
deles”, diz.
José Nunes Filho
avaliou também a possibilidade de um novo governo no país diante da
possibilidade de afastamento e consequente impeachment da presidente Dilma
Rousseff. “Avalio de forma positiva porque hoje nós não temos um governo. Hoje
o país está à deriva, um barco solto no mar. Nós não temos o governo, não temos
nenhuma política, nenhum planejamento, nenhum futuro e nenhuma perspectiva. É
claro que um novo governo cria uma nova expectativa, o que é bom para a
economia. Você começa a enxergar alguma coisa, algum planejamento, uma nova
equipe econômica, pelo menos uma equipe econômica, porque hoje a gente não tem
nada. Está tudo largado, então a partir daí se espera uma motivação
melhor”,  afirma.
José Nunes Filho
destacou também a herança, segundo ele, maldita para o próximo governo. “Esse
governo está deixando uma herança muito tuim, muito maldita, uma dívida pública
de R$ 2,88 trilhões, 10 milhões de desempregados, o PIB industrial caiu 11% no
ano passado, o setor industrial destruído no país e agora o setor comercial
altamente comprometido. A área de serviços também. Uma dívida social que esse
governo deixa extremamente alta. Essa é uma dívida social altamente difícil de
resgatar e que vai demorar algum tempo, mas a partir do momento que se ter
expectativa, você volta a ter investimento, volta a ter investimento na bolsa
de valores, você tem queda do dólar e assim a economia volta a se movimentar”,
diz.
O diretor titular do
Ciesp, José Nunes Filho, concluiu que é importante que o novo governo
desenvolva um trabalho sério na área de planejamento econômico que não deve
incluir aumento de impostos, mas sim diminuição do gasto público. 
Foto: Entrevista do diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
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