GETÚLIO VARGAS PARA O BRASIL GRANDE

01 de fevereiro de 2016.
ARTIGO DO PROFESSOR ROBSON PANIAGO
Esta figura ficará
indelével na memória brasileira, para o bem e para o mal. Gaúcho, veio de um
povo empreendedor e destemido que sempre foi respeitado e também odiado pelos
outros Estados brasileiros.
As piadas sobre o
gaúcho nos outros Estados são sempre depreciativas e fazem parte da baixa
estima do brasileiro, que quando vê alguém se destacando, passa a colocá-lo
numa situação menor, na tentativa de diminuí-lo.
Getúlio foi um
presidente que atuou de uma forma empreendedora e que implementou várias
mudanças no nosso País, tais como as leis trabalhistas (baseadas na Carta del
Lavoro na Itália, de Mussolini), que perduram até os dias atuais através da CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas), Companhias Siderúrgicas, Petrobrás e
muitas conquistas.
Chamado de pai dos
pobres, Getúlio Vargas (GV) era um líder carismático que soube atuar de acordo
com as necessidades da época e que deixa uma herança de uma pessoa com uma
personalidade forte, empreendedora e que gostava de fazer as coisas.
Vindo de um estado
com traços dos europeus (Italianos, Alemães, Holandeses etc) que aportaram no
Sul e em outros lugares do País, este lado empreendedor de Getúlio pode ter
alguma relação com o sofrimento por que passaram as pessoas que vieram ao
Brasil, após a guerra e cuja opção era vencer ou vencer.
Além disto, o Rio
Grande do Sul, depois do Rio de Janeiro e de São Paulo é quem aparentemente tem
os melhores shows e uma vida cultural intensa em sua capital, Porto Alegre, com
um índice de educação e desenvolvimento bastante apreciado pelos outros Estados
Brasileiros, fatores estes que influenciam a formação do
administrador/empreendedor.
Getúlio foi moldado
para ser um homem empreendedor, com vocação de liderança e com o sentimento de
fazer do Brasil um País desenvolvido e provido de uma indústria que o ajudasse
no seu crescimento.
Foi dessa época que
tivemos a Petrobrás, usinas e siderúrgicas e também uma preocupação com a
melhoria da população, ganhando até a alcunha de pai dos pobres.
Getúlio teve um
grande opositor, Carlos Lacerda, que tinha sido Governador do Estado da Guanabara,
e que também almejava o cargo de Presidente da República, não dando um minuto
de descanso para que Getúlio pudesse governar.
Em 1954, pressionado
por Lacerda e pelas forças de oposição Getúlio Vargas se suicida, deixando uma
frase que povoa o imaginário brasileiro: “Saio da vida, para entrar na
história”.
Não se pode ver este
Presidente, que tanta influência teve e que tem até os dias atuais, como mais
um Presidente que passou, na verdade ele fez a diferença, pelo bem e pelo mal.
Falando na linguagem
da escola contingencial (em cada momento uma atitude diferente), citada nos
livros de TGA, poderíamos inferir que GV foi uma pessoa que utilizou muito
deste estratagema, sendo às vezes autoritário e noutras democrático.
Seu sucesso é tão
visível, que uma escola que é considerada entre as melhores de Administração do
Brasil e até fora de nosso País, leva o seu nome, a tão conhecida Fundação
Getúlio Vargas – FGV.
Getúlio Vargas foi um
homem além do seu tempo e seu suicídio o transformou num ícone da política
brasileira, possivelmente porque o mesmo deve ter passado por tantos dissabores
e contratempos, mas apesar dos mesmos foi uma pessoa que influenciou e
influencia o Brasil.
Administrar um País
deste tamanho com características continentais, só aplicando uma máxima que
desenvolvemos e que metaforicamente demonstra a dificuldade de se administrar o
mesmo: “Não se dá cavalo de pau em transatlântico.”
          
Robson Paniago é
professor da IBE-FGV, doutor em Ciências Empresariais pela Universidad Del
Museo Social Argentino, mestre em Administração pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, especialista em Marketing pela Escola Superior de
Propaganda e Marketing (SP) e Graduado em Administração pela Universidade São
Marcos (SP).
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