IDEC APONTA DIFERENÇA DE 449% NO PREÇO DOS OVOS DE PÁSCOA EM COMPARAÇÃO COM AS BARRAS DE CHOCOLATE

24 de março de 2016.
O Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou nesta quinta feira (24/03) os
resultados da pesquisa sobre estratégias publicitárias, quantidade de açúcar,
gorduras totais e saturadas e custos dos ovos de Páscoa em 2016. A análise
realizada entre os dias 7 e 18 de março, em São Paulo, com 68 produtos de 8
marcas diferentes, selecionou os ovos que possuem algum tipo de prática abusiva
e identificou elementos de comunicação presentes.
O levantamento
constatou que os apelos mais frequentes são os visuais, como embalagens
coloridas e o uso de personagens, apesar de serem consideradas ilegais pelo
Código de Defesa do Consumidor (CDC) e pela Resolução 163/3014 do Conanda.
“Outra irregularidade acontece quando os ovos vêm acompanhados de verdadeiros
brinquedos e não meros brindes. Isso representa venda casada, que  é vedada pelo CDC, já que o presente não pode
ser comercializado separadamente”, explica a nutricionista do Idec, Ana Paula
Bortoletto.
Com relação a qualidade
nutricional, a pesquisa destaca que os produtos ultrapassam os limites
recomendados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O açúcar, por
exemplo, é o primeiro item da lista de ingredientes de todos os ovos. Também
foram encontrados emulsificantes e aromatizantes. Portanto, não são
recomendados como parte de uma alimentação adequada e saudável. “Claramente, os
benefícios do cacau não vão ser compensados pela quantidade de açúcar e gordura
presentes”, diz Bortoletto.
Por fim, as enormes
diferenças de valores entre ovos de Páscoa e as barras reforçam ainda mais o
problema. Em média, 100g de chocolate dos ovos custa 449% mais caro do que a
mesma quantidade de chocolate em barra. Ou seja, o preço médio da barra é de R$
7,74, enquanto que o do ovo é de R$ 24,62. Para a nutricionista, a presença de
publicidade infantil e o formato do chocolate faz com que o consumidor pague
muito mais caro, por menos produto.
O Idec espera que a
recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reverta esse cenário.  “A situação se torna ainda mais abusiva por
estimular o consumo de produtos que não são recomendados com parte de uma
alimentação saudável”. finaliza Bortoletto.
Nos próximos dias, o
Instituto irá divulgar uma lista com as marcas avaliadas e as respostas das
empresas sobre os resultados. O material será encaminhado para os Ministérios
da Justiça e Saúde, afim de que os órgãos tomem as devidas providências.
Foto: Venda de ovos de páscoa.
Crédito: Divulgação.
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