IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL CAI 5,9% NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2014

23 de agosto de 2014.
O valor negociado com a importação de
bens de capital sofreu uma redução de 5,9% no primeiro semestre desse ano em
relação ao mesmo período do ano passado, caindo de US$ 25.63 milhões para US$
24.13 milhões. Partes e peças para a indústria agrícola e maquinaria industrial
foram os itens mais impactados. Partes e peças da indústria agrícola teve
movimentos 20,4% menores passando de US$ 160,7 milhões para US$ 124,9 milhões.
Já partes e peças de maquinaria industrial teve movimentos 18,5% menores
passando de US$ 8,44 milhões para US$ 6.88 milhões. Máquinas-ferramenta tiveram
alta de 3%, saltando de US$ 141,9 milhões para US$ 146,1 milhões. A importação
de partes e peças para a indústria cresceu 7,5% no período, movimentando US$
4.27 milhões de janeiro a junho de 2014 em comparação aos US$ 3.97 milhões no
primeiro semestre de 2013.
Os dados fazem parte do boletim
Avaliação e Perspectivas da Economia Brasileira, realizado pelo economista e
professor do Insper, Otto Nogami, consultor da ABIMEI (Associação Brasileira
dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais) e tem ênfase nos dois
principais segmentos representados pela associação: máquinas-ferramenta e
equipamentos e acessórios industriais, os chamados meios de produção.
Para o presidente da ABIMEI, Ennio
Crispino, a pequena variação positiva na importação de máquinas-ferramentas
está longe de significar alívio nas perdas que o setor vem enfrentando desde a
crise econômica global de 2008. “Vínhamos crescendo em dois dígitos e de
repente nos deparamos com uma recessão industrial que ainda impacta seriamente
a nossa atividade”, afirma.
Além do baixo crescimento da
indústria, as medidas protecionistas adotadas pelo Governo, como o recente
aumento do imposto de importação de centros de usinagens e redutores e afins,
de 14% para 20%, colaboram para frear os negócios no setor. Por outro lado, o
aumento na importação de partes e peças para máquinas indica que os fabricantes
nacionais continuam progressivamente usando componentes importados nos produtos
de seu portfólio, além de produtos totalmente manufaturados fora do Brasil,
para incorporar às suas linhas de equipamentos. “A indústria nacional de
máquinas não possui escala que justifique a fabricação de determinados tipos de
máquinas e também, muitas vezes, não detém a necessária tecnologia para
produzi-los em suas fábricas locais, daí lança mão das importações para
completar portfólio”, afirma Crispino.
Para o professor Otto Nogami, a
inflação acumulada em 12 meses já supera os 6,5%, com tendência de alta até o
final do ano. A taxa de câmbio tende a cair, no curtíssimo prazo, “graças à
intervenção do Governo, motivada pela necessidade de manter o preço dos
produtos importados mais baixos, de forma a não pressionar em demasia o
processo inflacionário”, mas deve encerrar dezembro em R$ 2,36, segundo
analistas de mercado ouvidos pelo relatório Focus.  Nogami ressalta, porém
que prognosticar números para tendência, agora, é temerário, pois existe uma
incerteza muito grande quanto às ações que o Governo poderá colocar em prática
nos próximos dois meses. Ele lembra ainda que encomendas feitas em agosto
somente repercutirão no início do próximo ano.
Foto: Presidente da ABIMEI, Ennio Crispino.
Crédito: Divulgação.
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