ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR NÃO PARA DE CAIR

29 de março de 2015.
O Índice de Confiança
do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas recuou 2,9% entre fevereiro
e março de 2015, ao passar de 85,4 para 82,9 pontos. Com o resultado, o índice
atinge o mínimo histórico pelo terceiro mês consecutivo, em anúncio feito na
última quarta feira (25/03). “O ICC aprofunda
a queda, se afastando ainda mais dos níveis mínimos anteriores, registrados
durante a crise financeira internacional de 2008-2009. Aos fatores econômicos,
como inflação e mercado de trabalho, soma-se a preocupação do consumidor
brasileiro com a turbulência do ambiente político e com os riscos de
abastecimento de água e energia”, afirma Aloisio Campelo superintendente para
ciclos econômicos da FGV/IBRE.
Para o professor de
Economia da IBE-FGV e diretor do Economies Consultoria Empresarial, Múcio
Zacharias, o problema não é de hoje. “Os últimos quatro anos foi de muito sofrimento
para quem produz e emprega. Os resultados dos setores de indústria, comércio e
serviços ficaram muito abaixo do esperado e consequentemente a economia começou
a estagnar”, afirma.
Zacharias explica
que até o próprio financiador da produção, o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento), tem sinalizado às empresas que não há recurso disponível para
a demanda. “E quem investiu prevendo em algum retorno, já sabe que somente virá
a longo prazo. Agora, a confiança foi contaminada com a desconfiança e ninguém
mais acredita no mercado. Portanto, se tiver algum corajoso, o momento para
investir é agora. Quem o fizer, ficará à frente quando a economia for
retomada”, analisa o professor.
A queda do ICC foi motivada principalmente pela piora da situação
atual. Entre fevereiro e março, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 5,6%, de 82,3 para 77,7 pontos, enquanto
o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,4%, ao passar de 87,0 para 85,8 pontos. Os
dois índices encontram-se nos níveis mínimos históricos. Considerando-se
comparações com séries padronizadas, as expectativas estão em pior estado que
as percepções sobre a situação atual: o IE está 3,4 desvios padrão abaixo da média
histórica e o ISA, 2,9
desvios abaixo da média.
A maior pressão
negativa para a queda do ISA veio
do indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica atual, que
registra o menor patamar da série histórica pelo terceiro mês consecutivo. A
proporção de consumidores afirmando que a situação da economia está boa caiu de
5,8%, em fevereiro, para 4,5% do total em março, enquanto a parcela dos que a
consideram ruim aumentou de 71,6% para 77,6% no mesmo período.
Em relação ao futuro
próximo, as expectativas também não são favoráveis. O indicador que mede o
otimismo em relação à evolução da situação financeira da família nos seis meses
seguintes apresentou recuo de 2,8%, para 114,1 pontos. A proporção de
consumidores prevendo melhora da situação financeira caiu de 27,9% em fevereiro
para 27,0% do total em março, enquanto o percentual dos que projetam piora
aumentou de 10,5% para 12,9%.
A edição de março de
2015 coletou informações de 2.191 domicílios entre os dias 02 e 21 de março.
Foto: Professor de Economia da IBE-FGV e diretor do Economies Consultoria Empresarial, Múcio Zacharias.
Crédito: Tantas Comunicação.
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