NÃO FUI CHAMADO PARA A FESTA, MAS SOU CONVOCADO PARA PAGAR AS CONTAS

18 de setembro de 2015.

COLUNA O CONSULTOR DE EMPRESAS JORGE CARLOS BAHIA

É mais ou menos assim que muitos estão se
sentindo no momento atual. Estamos com perspectivas de apertos e mais apertos,
reduções e mais reduções e em paralelo observamos divulgações e fortes
tendências sobre mais aumentos de impostos e preços públicos.
Podemos aí detectar claramente erros na
condução da política econômica. Tudo indica que os pontos balizadores dessa
atual política estiveram focados em uma única questão – a permanência no poder.
O que até então era identificado como pontos
claros na gestão da economia – câmbio flutuante, controle da meta de
infração, superávit primário, e certa política de créditos, ou seja, os
considerados pilares para estabilidade econômica – foram sendo deteriorados com
a evolução medíocre ou mesmo retração do PIB.
Sem dúvida as tentativas de ajustes e
contornos de tragédia anunciada foram efetivadas durante estes quase completos
nove meses, mas os problemas, tudo indica, foram criados e cultivados há mais
tempo, e em certo nível continuam sendo mantidos. Exemplo é o inchaço da
máquina estatal. Nove meses parece ser pouco para acertar tudo o que foi feito
de errado para se manter no poder e que insiste-se continua sendo feito.
As ocorrências são mantidas e as mais
recentes e impactantes estão relacionadas à divulgação de orçamento para o
próximo ano com déficit de R$ 30,5 bilhões e o consequente corte do “rating” do
Brasil, por uma conceituada agência de avaliação de riscos, tirando o grau de
investimento no qual o país tinha enquadramento. Em resumo, a política
econômica realizada nos últimos anos foi desastrosa ao focar uma meta
exclusivamente política, e agora os resultados estão sendo colhidos: falta de
dinheiro e escassez de crédito.
Para as empresas o que isso vai impactar? O
efeito, em termos figurativos é uma cascata. As vendas decresceram em consequência
da queda de consumo que caiu e cairá em virtude da falta de recursos na
economia, gerando inclusive o desemprego e a ausência de crédito.  Esse cenário possui como um dos fatores o
custos dos recursos que tem como uma das vertentes uma politica econômica que
não se contrapõe com o momento atual.
Dessa forma as empresas terão que buscar,
mais ao fundo da cartola, alternativas para uma boa gestão econômica e
financeira.  Racionalizar recursos, prospectar novos mercados e negócios,
administrar custos e despesas, reavaliar investimentos, tem agora o agregado de
prever como se movimentará a carga tributária nos próximos anos. Essa carga já tem
impacto significativo, mas o fator agora é saber o quando e quanto, ou seja,
quando aumentará e em quanto aumentará. Sem dúvida vamos passar por mais este
contratempo, mas não precisávamos desse tipo de aventura.
Não fomos chamados para festa, mas finda
as comemorações somos agora convocados a pagar as contas através do já
divulgado, mais uma vez, aumento de impostos.
Jorge Carlos Bahia, bacharel em administração
de empresas, contador, consultor de empresas, palestrante, professor em cursos
profissionalizantes, sócio proprietário do Grupo Bahia Associados,  com experiência profissional de mais de 20
anos em empresas multinacionais atuando na área fiscal,  tributária, contábil e controladoria.
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