OS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES

17 de dezembro de 2014.
ARTIGO DE AUGUSTO ASSUNÇÃO
Vistas tradicionalmente como conservadoras, as empresas familiares
brasileiras reconhecem a importância da inovação para manter o ritmo de
crescimento nos mercados em que atuam. Dois motivos principais levam a isso: o
apelo decorrente do acelerado ritmo de transformações e a chegada de gerações
mais identificadas com novos modelos, métodos e tecnologias.
Tanto isso é verdade que a pesquisa “Empresa Familiar: O desafio da
Governança” recém-lançada pela PwC, aponta que os maiores desafios para o
crescimento observados pelos líderes de negócios familiares – tanto do Brasil
quanto dos demais países ouvidos – são a necessidade de constante inovação e o
contexto econômico.
Conforme o estudo, que ouviu mais de 120 empresas brasileiras, a maioria (46%) com faturamento acima
de US$ 10o milhões e na segunda geração de administradores (49%), as empresas devem, além de acelerar suas práticas em inovação, melhorar
a capacidade de adaptação às nuances do mercado e investir na profissionalização.
O Brasil tem algumas vantagens e diferenciais na comparação com o resto
do mundo, como o comprometimento com a criação e manutenção de postos de
trabalho e o reconhecimento da importância dos negócios familiares para o
desenvolvimento do País. O que falta é ter um plano de longo prazo, seja o planejamento
da sucessão dentro da família, seja preparar a companhia para uma eventual
venda ou abertura de capital. Esse tipo de prática faz com que a empresa esteja
preparada para o futuro, seja ele qual for.
De acordo com o mesmo levantamento, apenas 11% dos entrevistados têm um
plano de sucessão bem estruturado e documentado. Isso indica que, na realidade,
muitas empresas ainda não estão preparadas para situações que podem prejudicar
a longevidade dos negócios.
Para que a empresa perdure por muitas gerações, é importante que os
membros da família participem do plano de desenvolvimento do negócio como um
todo.  As futuras gerações de gestores e
líderes devem ser contempladas com um plano de carreira desde cedo, para que se
sintam parte importante da empresa, não só da família. Assim, a chance de o
herdeiro se interessar pelo negócio e, posteriormente, querer assumir a gestão
é muito maior. Conhecer o ‘chão da fábrica’ é importante, mas não suficiente.
A inserção no mercado internacional ainda é pequena. Pouco mais de um
terço delas (38%), conforme a pesquisa, faz negócios no exterior e apenas 6% da
receita total das empresas familiares brasileiras é obtida com a exportação de
produtos ou serviços. A previsão é atingir 10% nos próximos cinco anos. Na
média global, 25% do faturamento vêm de negócios internacionais, que em cinco
anos devem responder por 32%.
Assim, as empresas familiares brasileiras ainda não se abriram para os
mercados externos. São mais conservadoras e têm menos apetite por riscos, mas existem
algumas alternativas para facilitar o acesso a mercados externos. Parcerias
estratégicas com empresas internacionais e que já conheçam o mercado local
podem beneficiar os negócios familiares e abrir as portas de outros mercados,
expandindo as atividades para além do território brasileiro.
Mesmo com as dificuldades mencionadas, a maioria das empresas familiares
brasileiras (79%) registrou crescimento nos últimos 12 meses, segundo o levantamento
da PwC, e 76% preveem manter o crescimento nos próximos cinco anos. Globalmente,
65% dos negócios familiares tiveram crescimento e 85% projetam crescimento. São
números que impressionam e trazem otimismo para o País.
Augusto Assunção é Sócio da PwC Brasil
As firmas do network PwC assessoram empresas e indivíduos a criar o
valor que eles buscam. Somos um network de firmas que atuam em 157 países com
195.000 profissionais que se dedicam a prestar serviços de alta qualidade em
auditoria, consultoria tributária e societária e de negócios.
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