PESQUISA DA PwC REVELA OS MAIORES RISCOS DO SETOR FINANCEIRO MUNDIAL E DO BRASIL EM 2015

31 de dezembro de 2015.

Incertezas em relação
ao cenário macroeconômico ocupam, neste ano, o topo de lista de preocupações do
setor bancário mundial, principalmente devido a dúvidas a respeito da
recuperação de países da zona do euro e os reflexos na economia da onda
migratória na Europa. É o que aponta a pesquisa Banking Banana Skins 2015,
feita pela PwC em parceria com o Centro para o Estudo da Informação Financeira
(CSFI), com sede em Londres. O levantamento, baseado em respostas de 672
banqueiros, reguladores bancários e observadores atentos do setor, no Brasil e
no mundo, apresenta 24 possíveis riscos para os bancos. O levantamento foi
realizado no Brasil pela primeira vez. Foram ouvidos 30 representantes do setor
financeiro no país.
A diminuição do ritmo
de crescimento da China, turbulências econômicas nos países emergentes e o alto
nível de endividamento das economias da zona do euro, que ainda persiste,
explicam porque, neste ano, o ambiente macroeconômico foi considerado o
principal risco para os bancos. A pesquisa também aponta que o aumento da
criminalidade, especialmente no que diz respeito a fraudes cometidas por meios
eletrônicos, representa hoje outra importante ameaça, ou “casca de banana”,
para o sistema financeiro internacional. O item passou de 9º lugar no ranking
das principais preocupações para os bancos, na enquete de 2014, para a 2ª
posição neste ano.
Segundo os banqueiros
e representantes do setor ouvidos na pesquisa realizada no Brasil, o cenário
macroeconômico é o principal fator de risco este ano, refletindo as respostas
da enquete mundial. Os motivos para os temores em relação ao desempenho
econômico, no entanto, têm causas próprias no Brasil. Aqui, imperam as
preocupações sobre a recessão econômica, a alta inflacionária, a queda nos
investimentos e a baixa produtividade. Preocupações sobre uma possível
ingerência do governo no sistema financeiro e de maiores taxações bancárias
ocupam o 2º lugar no ranking das maiores preocupações do setor financeiro,
seguida pela criminalidade – como no restante do mundo, o sistema bancário
nacional teme cada vez mais os ataques cibernéticos.
As respostas colhidas
no Brasil espelham com precisão o cenário econômico e político atual. “O setor
financeiro está se ressentindo das indefinições econômicas e políticas hoje em
curso no país”, afirma Marcus Manduca, sócio da PwC Brasil. Apesar de não terem
sido realizados levantamentos formais sobre os riscos dos bancos no Brasil
anteriormente, a percepção dos observadores do setor é que preocupações
relativas a recursos humanos e governança corporativa eram mais presentes no
passado. “Com a crise econômica, aspectos de gestão naturalmente se tornam
preponderantes, como demonstra a pesquisa deste ano”, diz Manduca.
O levantamento traz
também um recorte sobre a América Latina. Como no restante do mundo, há
incertezas na região quanto ao desempenho econômico, tanto domesticamente como
em relação a outros países. A crescente regulamentação do setor ocupa o 2º
lugar da listagem dos maiores riscos. No Brasil, esse aspecto aparece apenas na
6ª posição. Temores a respeito dos custos e benefícios envolvidos no processo
têm despertado ansiedade. “Muitos países latino-americanos, como Argentina e
Colômbia, começaram a implementar recentemente uma série de medidas para
regulamentar o setor financeiro. No Brasil, essas providências já foram tomadas
há algum tempo e, por isso, deixaram de representar uma possível fonte de
preocupação”, afirma Manduca.
Foto: Escritório da PwC em Campinas.
Crédito: Divulgação.
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