AINDA O PROCESSO SELETIVO

03 de março de 2015.
COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA
Recentemente saiu na Exame.com,
artigo sobre o processo seletivo das organizações e como este é visto por
estudantes universitários. Parece que ainda não existe um modelo que satisfaça
todos os envolvidos: de um lado o candidato, do outro, o profissional na
empresa que conduz o processo.
E não é de hoje. Sempre houve
críticas, do tipo: processo muito longo, cansativo, perguntas fora do contexto,
favoritismo, falta de informações, de retorno por parte das empresas, e outras.
Embora algumas etapas tenham sido
modificadas ou novas etapas introduzidas, a estrutura do processo continua a
mesma, ou seja, análise de currículo, entrevistas, testes, dinâmicas,
entrevista técnica. Por conta da facilidade que a tecnologia oferece, hoje é comum
contato virtual, questionários e até avaliações (idiomas sendo mais comum)
online.
E as críticas continuam.  A
pesquisa que deu origem ao artigo, foi realizada pela Universia Brasil e Trabalhando.com,
com participação de 1.816 universitários em todo país.
O cenário vem mudando e com ele, muda
também a demanda. Estamos falando ainda das gerações Y e Z. E quais
características foram mais reveladoras?  Alem das etapas ainda cansativas
e desgastantes, não dão (as organizações) “ideia” do que pretendem com as
dinâmicas e testes e a falta de transparência da empresa em relação à
performance do candidato durante o processo seletivo.
E os resultados mais significativos
da pesquisa foram: 22% acham o processo cansativo e perguntas pessoais sem
fundamento, 18% falam sobre a falta de informações adequadas sobre a vaga, 15%
sobre a falta de retorno ao final do processo, entre outras.
Os jovens estão mudando de perfil,
isso todos temos visto no dia a dia. Escolas e empresas estão lutando para
acompanhá-los, sendo que algumas estão conseguindo, porém, a maioria das
empresas está trabalhando com a geração Y como se trabalhava com as anteriores
e, não estão se preparando para a geração Z.  Os jovens querem ser
ouvidos, necessitam de retorno pois sentem necessidade de informações e querem
acertar. Os jovens das gerações atuais tem mais dificuldade em aceitar um
simples sim e não. Querem os “por quês”.
Por outro lado, como as empresas
atenderiam essas necessidades? Como dar retorno para cada um dos participantes
(às vezes um número elevado) sendo que isso envolve trabalho de profissionais
capacitados como psicólogos, pois é uma atividade especifica da área.
Dar uma “devolutiva” como é chamada
um retorno seja de um teste, um processo, não pode ser apenas explicar o motivo
da não aprovação. É necessário todo um conhecimento sobre comportamento, pois
cada ser é único e é também única a sua forma de interpretar e reagir ao
evento. Diante disso, torna-se comprometedor e até perigoso, uma devolutiva mal
feita ou realizada por pessoas sem preparo.
Fica aqui um desafio às empresas,
escolas, profissionais da área, estudantes, enfim, a todos os envolvidos,
identificarem maneiras para   aperfeiçoar o processo e atender às
novas demandas.
E enquanto isso, jovens que Irão
participar de processos, devem se preocupar com: estarem bem informados sobre a
empresa, se envolverem com cada etapa e fazer o seu melhor.
Porque ainda o equilíbrio emocional,
a capacidade para lidar com adversidades e a resiliência são requisitos
importantíssimos que pesam no momento da avaliação.
Eline Rasera,
psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de
Empresas da IBE-FGV.
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