CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

22 de abril de 2016.
ARTIGO RODRIGO OTÁVIO COELHO DE SOUZA
Engana-se quem acha
que a votação do último domingo encerrou a conturbada crise política que se
arrasta desde o início do segundo mandato da atual Presidente da República e
que deflagrou uma das maiores (se não a maior) depressão econômica da história
republicana.
Como bem disse a
jornalista Renata Lo Prete, “não é o fim da série, mas apenas o último capítulo
da temporada”. Não há dúvidas que superamos uma importante etapa, externada
pela vontade majoritária da população brasileira, que parece enfim ter acordado
para as questões políticas nacionais, a ponto do tema despertar mais interesse
do que os certames futebolísticos.
Embora estejamos
atravessando uma turbulência política e econômica sem precedentes, é inegável
que as instituições do país se apresentam mais sólidas. O povo já demonstrou
que não tolera a corrupção e o sangramento dos cofres públicos em detrimento da
saúde, da educação, da erradicação da pobreza e da segurança.
Quanto do dinheiro
drenado pela corrupção endêmica poderia ser revertido em prol da população
carente?
É imprescindível uma
profunda reforma política, pela qual a independência dos Poderes seja efetiva e
não apenas um enunciado constitucional. É preciso que o governo (seja lá qual
for) governe para o povo e pelo povo e não para se perpetuar no poder, através
de conchavos e sórdidos arranjos políticos. Não se trata de defender este ou
aquele partido. Não se trata de “eles” ou “nós”. Trata-se
de erradicar essa doença maligna chamada corrupção, entremeada nos poderes da
República e que faz agonizar a tão combalida nação brasileira. Neste sentido, é
imperativo que a nação continue vigilante e diga um sonoro não a qualquer tipo
de corrupção, independentemente de partidos ou ideologias.
Quem assistiu à
votação pelo prosseguimento do impeachment na Câmara dos Deputados não pôde
deixar de notar o baixíssimo nível de nossos parlamentares, os quais
verbalizaram um rosário de asneiras ao proclamarem seus votos, com raríssimas e
honrosas exceções. Precisamos de uma faxina geral, para que haja uma assepsia
no Congresso e uma renovação da cultura política partidária!
Não nos iludamos,
pois aqueles que chegarão ao poder são tão nocivos quanto os que estão prestes
a deixá-lo.
Cabe a nós cidadãos
lutar por instituições verdadeiramente fortes e independentes, como o
Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal, pois como escreveu
Montesquieu: “Não se constrói uma sociedade baseada na virtude dos homens, e
sim na solidez das instituições”.
Aguardemos atentos às
cenas dos próximos capítulos.
Rodrigo Otávio Coelho
de Souza é advogado e presidente da Rede Imobiliária Campinas.
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

BAZAR DAS BIAS OCORRE COM OPÇÕES DE PRESENTES PARA O DIA DAS MÃES

As empresárias e amigas Bia Milani e Bia Traldi se uniram em 2019 para trazer …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn