CHILENO IDENTIFICA EUCALIPTO QUE CRESCE EM ÁREAS AFETADAS PELA SECA

30 de setembro de 2014.
O acadêmico da
Universidade de Talca (UTAL), Freddy Mora, vem trabalhando com uma metodologia
inovadora para identificar que tipo de eucalipto que cresce melhor em áreas
afetadas pela seca, na região Norte do Chile. O resultado deste estudo será
replicado na Região de Maule, cada vez mais ameaçada pelo estresse hídrico.
No ano 2000, o
Instituto de Pesquisa Florestal (Infor), órgão do Ministério da Agricultura do
Chile, decidiu instalar várias espécies de eucalipto em fazendas de pequenos
agricultores que se estabeleceram no entorno da cidade de Los Vilos, na região
de Coquimbo, com o intuito de identificar uma espécie que suportasse secas
prolongadas.
Os resultados
revelaram que a espécie cladocalyx Eucalyptus se comportou bem nessas
condições. Trazido diretamente da Austrália, a espécie foi capaz de crescer
normalmente sem a necessidade de água. “Com a INFOR, introduzimos uma
variedade de eucalipto. De acordo com os pequenos agricultores, a espécie se
estabeleceu na área e provou que o eucalipto cladocalyx cresce melhor sob
condições de estresse hídrico ou aridez. Hoje, eles têm 13 anos de vida e têm
se mostrado de boa qualidade. Ele também tem uma madeira mais dura e pode ser
usado como poste para energia”, diz Mora.
O acadêmico
acrescentou que esta pesquisa percebeu a possível conexão entre a silvicultura,
apicultura e campos sociais. Em outras palavras, a arborização das áreas não
ocupadas não só pode dar vida ao chão, mas também desenvolver outras atividades
produtivas em áreas com dificuldades consideráveis devido a um clima inóspito.
A partir de
então, Mora realizou uma pesquisa relacionada com o tema. A última foi através
de um Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FONDECYT),
apresentado em 2013, pelo Instituto de Ciências Biológicas UTAL, que também
trabalha com Raul Herrera, da mesma universidade, e Eduardo Ruiz, UDEC, como
colaboradores na pesquisa.
Após
investigação, Herrera disse espera identificar os elementos genéticos que
apresentaram correlação com a capacidade das espécies de tolerar ambientes com
reduzida disponibilidade de água e também inclui características de qualidade,
como o crescimento e retidão. “Estamos trabalhando para determinar a
possibilidade de transferência de marcadores genéticos em espécies de
Eucalyptus. É importante porque nos permite validar a informação gerada em
espécies que têm sido estudadas como Eucalyptus globulus e nitens”,
explicou.
A questão é como
você pode se relacionar um estudo feito cerca de 500 quilômetros ao norte e tem
diferentes condições climáticas na região de Maule? Mora diz que a ferramenta
principal é que não há uma metodologia para identificar que tipo de árvore é
melhor adaptada a uma determinada área geográfica, de modo que o estudo poderia
ser replicado perfeitamente na área. Até mesmo algumas empresas disseram tê-lo
contatado para replicar a metodologia e, assim, enfrentar a seca. “A
metodologia que usamos é inovadora e pode ser utilizada para outras espécies de
eucalipto, Eucalyptus globulus, que é mais comum na região. Esta seca não
tolera, por isso, foi possível identificar os indivíduos que poderiam ser
usados em momentos de estresse de água”, acrescenta o professor Mora, que
enfatiza que atualmente a Região do Maule tem a mesma pluviosidade de Coquimbo
há 30 anos.
Para o
colaborador Raul Herrera, no Maule têm uma grande área de terra seca e,
portanto, selecionar indivíduos que se encaixam nestas condições de crescimento
e não diminuir como a colheita será um oportunidade para os produtores. Neste
sentido, a diversificação no uso de espécies florestais torna-se é uma
necessidade do país.
De acordo com
Mora, determinar que tipo de espécie cresce melhor na área vai abrir um mercado
desconhecido. “A madeira resiste entre 25 e 30 anos, sem uma deterioração
significativa, portanto, pode ter um produto muito mais amigo do meio
ambiente”, destacou. Inicialmente, a espécie será usada para produção de postes
e bancos de madeira, pois é resistente à deterioração. O resultado da pesquisa
será apresentado em um congresso em Saragoça, na Espanha.

Foto: Cientista chileno descobre eucalipto que suporta secas prolongadas.
Crédito: divulgação.

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