SONDAGEM INDUSTRIAL REVELA QUEDA NOS ÍNDICES INDUSTRIAIS EM CAMPINAS

30 de setembro de 2014.

Sondagem industrial realizada
pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) junto as
associadas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional
Campinas aponta que no mês de agosto a maioria dos índices pesquisados
apresentaram queda. Houve redução da produção, do número de funcionários, das
vendas, aumento da inadimplência e queda na lucratividade. Para o economista da
Facamp, José Augusto Ruas, o quadro mostra claramente que os empresários não
tem mais perspectiva positiva para 2014. “Tem um conjunto muito pesado de
situações ruins, tanto no mercado externo, quanto no mercado doméstico. As
nossas exportações para os principais parceiros não reagem. Não tem perspectiva
de uma grande reação. Não temos recuperação nesse ano e os investimentos permanecerão
contidos”, diz.

Para o diretor
titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, a gestão econômica do Brasil é
horrível, pois não existe planejamento a médio e nem a longo prazo. “A solução
emergencial de desonerar alguns setores individualmente, de desonerar crédito
para alguns e liberar crédito subsidiado para alguns setores, isso só trouxe
mais problemas porque endividou a população e a expansão de crédito e o
crescimento do gasto público como solução de crise a médio prazo leva à inflação,
à desindustrialização e a uma economia complicada. O que deveria ter sido feito
que era aumentar a competitividade da economia brasileira diminuindo tributos,
diminuindo taxa de juros, diminuindo custo de emprego e diminuindo a burocracia
não foi feito”, afirma.
A sondagem de agosto
mostrou  queda na produção de 43,8%
enquanto que em julho a queda havia sido de 40,9%. Além disso, houve diminuição
daqueles que assinalaram elevação da produção no mês de agosto de 18,8%. Em
julho o índice era de 27,3% .
Com relação à
variação mensal no número de funcionários o cenário também foi negativo em
agosto em comparação a julho. Cerca de 9% das empresas marcaram que houve
aumento da variação do número de funcionários em agosto, enquanto que no mês
anterior 18,2% das empresas assinalaram essa alternativa. Ao mesmo tempo, o
percentual de empresas que assinalaram a retração do quadro de funcionários foi
de 31,3% em agosto, o que representa aumento frente ao mês anterior que havia
ficado em 27,3% das empresas responderam que o número de funcionários diminuiu
em julho.
As vendas
apresentaram uma queda significativa em relação a julho. Isso porque 62,5% dos
respondentes assinalaram que as vendas foram inferiores ao mês anterior. Em
julho esse percentual havia ficado em  40,9%. Outro indicador do desempenho negativo
em agosto foi que 18,8% das empresas apontaram que as vendas foram superiores
ao mês anterior, mediante a 31,8% em julho.
A variação mensal da
inadimplência também apresentou sensível piora. Houve aumento da inadimplência
para cerca de 31,3% das empresas que responderam o questionário em contraste a
22,7% no mês de julho. Além disso, nenhuma empresa assinalou que diminuiu a
inadimplência em agosto, enquanto que no mês anterior, 4,5% assinalaram essa
opção.
O nível de utilização
da capacidade instalada de produção (UCIP) apontou que 59,4% das empresas
consultadas assinalaram que estão entre 50,1 e 80% da UCIP, ante 54,5% em julho.
Na faixa entre 0 e 50% 21,9% assinalaram esta faixa ante 31,8% em julho.
Entretanto, em agosto, 18,8% das empresas responderam que estão entre 80,1 e
100% da UCIP, um leve aumento em comparação com os meses anteriores.
Os custos
trabalhistas aumentaram para 25% das empresas consultadas, permaneceram
inalterados para 68,8% e diminuíram para 6,3% em agosto. Os custos com
matéria-prima aumentaram para 53,1% das empresas consultadas. Não houve nenhuma
empresa que assinalou que o custo com matéria-prima diminuiu em agosto. Já os
custos com água, energia e transporte aumentaram para 46,9% das empresas.
Aqueles que responderam a diminuição correspondem a 3,1% em agosto. Por outro
lado, metade das empresas assinalou que os custos com água, energia e
transporte permaneceram inalterados.
A variação mensal da
lucratividade acompanhou os demais indicadores e teve uma piora de desempenho
em relação aos meses antecedentes, apesar de que mais empresas consultadas
responderam que a variação da lucratividade aumentou 12,5% em agosto, mediante
4,5% de julho e 4,2% de junho. Tal constatação se deve ao maior percentual de
empresas que assinalaram a variação menor da lucratividade de 62,5% em agosto, 50%
de julho e 58,3% em junho.
O indicador que mede
a variação mensal do investimento em ampliação da capacidade instalada, quando
comparado aos dois meses anteriores, indicou aumento na  porcentagem de empresários que pretendem não
investir e ficou em 56,3% dos respondentes. Contudo, cresceu o percentual
daqueles que irão ampliar o número de máquinas em 15,6% e atualizar o maquinário já
existente em 28,1%, frente a 13,6% e 27,3% respectivamente no mês de julho.
Nenhuma das empresas consultadas respondeu que irá reduzir o nível de produção
no mês de agosto, enquanto, em Julho, 4,5% haviam afirmado que iriam. 
Fotos 1 e 2 – Geral da coletiva do Ciesp Campinas.
Foto 3 –  Professor e economista da Facamp, José Augusto Ruas.
Foto 4 – Diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
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