COLUNA DA TANTAS COMUNICAÇÃO COM RENATA ROSA

O
Ronaldo, a política, a mídia e a Copa
Renata Rosa
O maior artilheiro
da história das Copas do Mundo com 15 gols é brasileiro. Ronaldo, que era
Ronaldinho e depois ganhou o apelido de Fenômeno, sem dúvida marcou a história
do futebol do Brasil e do mundo. No papel de garoto propaganda mais que
perfeito, fez campanha para trazer o mundial para o país e depois quando
começaram a aparecer protestos, defendeu o Governo dizendo que “Copa do Mundo
não se faz com hospital, mas com estádios”.
Como membro do COL
(Comitês Organizador Local) da Copa, o pentacampeão do mundo com a seleção
brasileira surpreendeu no último dia 23 de maio. Disse que estava envergonhado
pelos problemas de organização, citou a burocracia, confusão e atrasos como
problemas e ainda fez duras críticas ao Governo em entrevista à agência
Reuters.
Três dias depois,
declarou apoio político ao pré-candidato à presidência, Aécio Neves. “É meu amigo, confio
nele e acho que é uma ótima opção para mudar o país”, afirmou ao jornal O
Valor, em 26 de maio. Na oportunidade ainda confirmou que iria se engajar. Depois, no dia 30, disse que não fará campanha. 
Ué? Perdemos alguma
cena desse filme? Porque realmente isto não está fazendo sentido. Penso em
algumas teorias de conspiração. Caiu a ficha do Ronaldo? Ou trata-se de mais
uma tentativa de marketing para tirá-lo da Dilma e leva-lo ao amigo Aécio? Quem
sabe, uma maneira de tirar dele próprio a responsabilidade de administração e
organização do projeto Copa do Mundo 2014, como membro do COL?
De acordo com uma
publicação oficial, foram investidos dos governos federal, estaduais e
municipais R$ 25,8 bilhões no evento. O valor seria o equivalente a 9% das
despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões – ou um mês de gasto
com o setor.
Bom, o Brasil
aceitou ser sede em 2007. Apenas 2 dos 12 estádios ficaram prontos no prazo da
Fifa e a população foi às ruas. Greves e protestos nas capitais motivadas
principalmente pelo valor dos gastos públicos tem espalhado insegurança e caos.
De um lado, o Governo afirma que está tudo sob controle e Dilma ressalta que o Brasil
vai fazer a Copa das Copas. A mídia mostra o contrário. Todos nós sabemos que
os dois lados têm interesses. Em quem acreditar?
Interesses
misteriosos usam os veículos de comunicação, dos mais sérios, como moleques de
recado à seu serviço. Às vezes até dissimuladamente. Mas, como saber o que
existe por trás de cada afirmação, revelação ou depoimento desse? Qual a
verdade atrás dos fatos? 
Enfim, qual a imagem
de Ronaldo perante a opinião pública? É certo que foi um grande jogador. Mas,
já na sua carreira no futebol mostrou que transparência e credibilidade não
eram caraterísticas de sua personalidade em diversos episódios de escândalos
pessoais. Para mim, não serviu como “cara” da Copa no Brasil e não serve como
“cara” de nenhuma propaganda política. Sinceramente, prefiro ficar de um lado
em que ele não esteja.
Busco
esclarecimentos para julgamentos convictos. Mas, estou sem tempo e sem
paciência para esses joguinhos. O fato é que a Copa está aí! Verei as partidas
pela TV, pois como milhões de brasileiros, minha família ama futebol. Isso não
é crime nem vergonha. Minha resposta à corrupção será na urna eleitoral.
Mas, que fique a
dica: quem pula de galho em galho corre o risco de cair!
A Tantas
Comunicação é dirigida pelos jornalistas Juliana Freitas e Alberto Augusto e
elabora estratégias de comunicação integradas destinadas ao fortalecimento da
imagem e da credibilidade das organizações junto aos seus públicos. A Tantas
Comunicação conta com uma equipe de jornalistas e designers especializada
em comunicação empresarial, o que engloba os serviços de Assessoria de
Imprensa, Publicações Customizadas, Comunicação Interna, Monitoramento de Redes
Sociais e Conteúdo Web. Saiba mais: www.tantas.com.br
Renata
Rosa, assessora de comunicação da Tantas Comunicação, é jornalista, com ampla
experiência em assessoria de imprensa em órgãos públicos e privados.

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