CRISE DE EMPREGO ATINGE INDÚSTRIAS DE CAMPINAS

22 de julho de 2015.

“Nós não temos
comando. O Brasil é hoje uma carreta descendo ladeira abaixo sem freio e sem
direção”. A afirmação foi feita pelo diretor titular do Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, José Nunes Filho, diante do
quadro que ele classificou como muito grave a situação econômica do país.
Segundo Nunes, no mês de junho foram perdidos 1.800 postos de trabalho nas
indústrias da região e de janeiro a junho há uma perda de 1.000 postos de
trabalho e de 2.950 nos últimos 12 meses. “Resistimos bem nos três primeiros
meses do ano, enquanto o Brasil inteiro perdia emprego. Nos três primeiros
meses a região metropolitana de Campinas conseguiu ainda resistir e agora
entramos também na crise do emprego mais séria aqui na região”, diz.
A pesquisa de
sondagem industrial elaborada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp
(Faculdades de Campinas) junto às associadas do Ciesp Campinas mostrou  uma ligeira melhora com relação à produção no
mês de junho na comparação com maio. De acordo com a pesquisa em maio deste ano
44,4% dos respondentes haviam declarado que a produção diminuiu. Já em junho
esse índice foi de 41,7%.  Com relação à
inadimplência, 45,8% dos respondentes alegaram aumento e 54,2% que não houve
alterações.
A sondagem apontou
também que 52,2% dos entrevistados alegaram aumento dos custos com matéria
prima, enquanto que 34,8% disseram não ter ocorrido alteração e 13% redução. Já
no tocante aos custos de energia, água e transporte, 75% dos respondentes
declarou que houve aumento e 25% responderam que estes custos se mantiveram
inalterados. Na variação de lucratividade, 66,7% apontam que houve redução em
junho. Para 29,2% dos participantes ficou estável e apenas 4,2% apontaram
aumento da lucratividade.
Com base nos índices
de pesquisa, o diretor titular do Ciesp Campinas, Jose Nunes Filho, disse que a
situação está muito complicada e muito difícil. “Havia um projeto de ajuste
fiscal, que embora ele fosse punitivo para a sociedade brasileira era a única
alternativa que o governo oferecia de tentar estancar a inflação e recuperar o
equilíbrio financeiro, mas em função da crise política esse ajuste fiscal
também ficou parado, foi distorcido e foi deformado pelo Congresso. Eu esperava
que no segundo semestre do ano que vem nós começássemos a ter alguma retomada. A
situação econômica é muito grave. Nós tivemos uma inflação acumulada de mais de
6% no primeiro semestre, o que aponta para uma inflação de dois dígitos, como a
gente já dizia há bastante tempo e continuam postos de trabalho sendo perdidos.
O Brasil perdeu nesse semestre 345 mil postos de emprego”, comenta.
Como forma de
minimizar os impactos negativos na região, o Ciesp Campinas tem promovido quase
que semanalmente eventos para fomentar as cadeias produtivas. “A gente está
tentando lutar regionalmente aqui com as armas que temos para tentar segurar
isso fazendo o máximo possível de eventos para fomentar as cadeias produtivas.
Temos praticamente todas as semanas algum evento. Semana passada tivemos o
Campinas – Desafios e Oportunidades, um evento conjunto do Ciesp com a Agemcamp
(Agência Metropolitana de Campinas) e a secretaria de desenvolvimento econômico
da prefeitura de Campinas. Tivemos mais de 300 empresários presentes. Tivemos uma
rodada de negócios, que foi a maior rodada que nós fizemos no Estado até agora.
Isso mostra que o empresário está pedindo socorro, está buscando alternativas
e a gente está procurando oferecer estas alternativas. Hoje nós vamos ter um
encontro de negócios em Holambra visando fomentar essas cadeias produtivas
locais na região. Esperamos ter  bastante
presença de empresários por que nós continuamos trabalhando e lutando para
manter os nossos negócios e manter os empregos”, finaliza.
Fotos 1 e 2 – Coletiva do diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Crédito: Divulgação.
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