EMPRESÁRIOS INDUSTRIAIS DE CAMPINAS ESTÃO PREOCUPADOS COM RECESSÃO DA ECONOMIA

25 de fevereiro de 2015.
Os empresários
industriais da região de Campinas estão cautelosos e preocupados  com os rumos da economia brasileira e a
possibilidade de um  processo de recessão
neste ano de 2015. Os aumentos nos preços da energia elétrica, combustíveis,
baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) aumento da inflação e alta
carga tributária atrelado a crise hídrica e elétrica fez com que o índice de
confiança do empresário paulista recuasse para 37,6 pontos em janeiro ante 41,2
pontos em dezembro de 2014, ficando agora 12,4 pontos distante do nível de
estabilidade de 50 pontos e atingindo o pior resultado da série histórica,
iniciada mensalmente em janeiro de 2010. Além disso, o índice chega ao décimo
sexto mês em queda.
Para o diretor
titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas,
José Nunes Filho,  as pesquisas mostram o
mau humor do empresários com relação a 2015. Nunes disse que o aumento da carga
tributária, aumento dos juros, aumento dos preços dos combustíveis da energia
elétrica e da água vai se refletir nos custos dos produtos e também na
inflação. “Essa conta quem vai pagar é o povo com desemprego, menor poder
aquisitivo porque produto sobe e salário não sobe e as medidas vão ser duras
para consertar todos os erros que foram feitos nesses últimos 10 anos,
principalmente no ano passado que tudo que foi dito que não se faria acabou se
fazendo”, diz.
José Nunes Filho
disse ainda que o aumento nos combustíveis foi represado durante todo o ano
passado e que agora além do aumento que ocorreu recentemente novos aumentos
devem vir por aí. “Hoje todos os derivados de petróleo caíram de preço no mundo
inteiro e no Brasil subiu e continuará subindo. Como o Brasil é um país que tem
opção pelo modal rodoviário para transporte isso vai se refletir já nos fretes
e na ponta lá no produto gerando inflação”, afirmou.
O aumento dos custos
afetou a lucratividade das indústrias da região de Campinas em janeiro de 2015.
Foi o que revelou a pesquisa de sondagem elaborada pelo Centro de Pesquisas Econômicas
da Facamp (Faculdades de Campinas) junto às empresas associadas ao Ciesp Campinas.
A variação de
produção no mês de janeiro desse ano apresentou um resultado pior que o de
janeiro de 2014. Para 21,4% das empresas respondentes, houve aumento da
produção; para 60,7% diminuição da produção, enquanto 17,9% alegou que sua
produção permaneceu inalterada. As vendas apresentaram queda significativa.
Segundo a pesquisa 17,9% dos respondentes declaram aumento nas vendas em
janeiro de 2015. Por outro lado 60,7% registraram valores inferiores e 21,4%
estáveis. A variação mensal da inadimplência apresentou piora. Se tomado o mês
de janeiro de 2014 e compará-lo ao de 2015, observa-se que o percentual de
respondentes que dizem ter percebido maior a inadimplência vai de 24,2% para
35,7%.
O nível de utilização
da capacidade instalada de produção (UCIP) apresentou  uma piora com relação a dezembro de 2014. Se
no último mês de 2014, 23,8% dos participantes responderam utilizar entre 0 e
50%, em janeiro de 2015 esse número vai  para
32,1%. Embora praticamente a mesma porcentagem de entrevistados (51,5% em janeiro
de 2014 contra 53,6% em janeiro de 2015) diz utilizar entre 50,1 e 80% de sua  capacidade instalada, o número percentual de
respondentes que utilizam entre 80,1 e 100% da capacidade instalada cai de
24,2% para 14,3% de janeiro de 2014 para o  mesmo mês de 2015.
Foto: Coletiva do CIESP Campinas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações. 
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