IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL CAI 12,3% EM QUATRO MESES

02 de junho de 2015.
O valor negociado com a importação de
bens de capital sofreu uma redução de 12,3% no acumulado de janeiro a abril de
2015, comparativamente ao mesmo período do ano passado, caindo de US$ 16.233,9
milhões para US$ 14.236,7 milhões. Os itens acessórios para maquinaria
industrial e máquinas e ferramentas foram os mais impactados, com quedas de
24,3% e 20,2%, respectivamente. O volume financeiro negociado nesses itens
corresponde a US$ 932,2 milhões ante US$ 1.230,8 milhões (acessórios para
máquina industrial) e US$ 65,1 milhões ante US$ 82,3 milhões (máquinas e
ferramentas). No mesmo período, a importação de partes e peças para bens de
capital subiu 2,3 %, movimentando US$ 2.949,2 milhões ante US$ 2.883,9 milhões
de janeiro a abril do passado. Considerando-se a importação total de máquinas e
equipamentos para a indústria em geral (não só máquinas-ferramenta), a
atividade teve queda de 15,9% no primeiro quadrimestre de 2015,
comparativamente a igual período de 2014.
Os dados fazem parte do boletim Avaliação e Perspectivas da Economia
Brasileira – edição de maio, realizado pelo economista e
professor do Insper, Otto Nogami, consultor da ABIMEI (Associação Brasileira
dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais). O boletim analisa os
dados já consolidados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
(MDic) e Câmara do Comércio Exterior (Camex) até 30 de abril. O documento
destina-se à orientação dos importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos
industriais associados da ABIMEI.
O aumento na importação de partes e
peças para bens de capital aponta para uso do retrofiting como alternativa à
importação de máquinas novas. “A indústria nacional não possui escala que
justifique a fabricação de determinados tipos de máquinas e também, muitas vezes,
não detém a necessária tecnologia para produzi-los em suas fábricas locais. Sem
recursos para adquirir novas máquinas, adota o chamado retrofiting, que é a
recuperação de máquinas usadas”, afirma Ennio Crispino, presidente da ABIMEI.
A importação de bens de capital vem
sofrendo perdas significativas desde 2011, quando apresentou recuperação de 10%
sobre o ano anterior. De lá para cá, segundo o presidente da ABIMEI, o ritmo da
atividade caiu cerca de 20% em 2012, 20% em 2013 e 7,6 em 2014. Ao mesmo tempo,
a produção industrial brasileira teve queda de 2,7% em 2012, pequena alta de
1,2% em 2013 e voltou a cair 3,4% em 2014. Foi o que revelou o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Dados da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) mostram nova piora na atividade industrial em abril. Segundo a
última pesquisa de Sondagem Industrial, o índice de evolução da produção ficou
em 39,7 pontos (valores abaixo dos 50 pontos revelam queda na produção). A
utilização média da capacidade instalada ficou em 67%, 4 pontos porcentuais
menos que em abril de 2014. Ao mesmo tempo, os estoques elevaram-se 1,8 ponto
acima da linha divisória de 50 pontos (ficou em 51,8 pontos), o que está dentro
da margem de erro da pesquisa. Nesse cenário, as expectativas também sofreram
abalo: o Índice de Intenção de Investimento atingiu 44,2 pontos, o menor da
série histórica, iniciada em novembro de 2013.

Segundo o economista e consultor da
ABIMEI, Otto Nogami, as importações de bens de capital devem acompanhar o
“esfriamento” da economia, chegando a US$ 36 bilhões no volume de negócios, em
2015. Essa queda representa 24,6% em relação ao total negociado em 2014. 
O item maquinaria industrial puxa essa tendência, devendo importar menos 37,4%
que no ano passado, com movimentando cerca de US% 8,5 bilhões.

Foto 1 – Presidente da Abimei, Ennio Crispino.

Foto 2 – economista e consultor da ABIMEI, Otto Nogami.
Crédito. Divulgação.

Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

BAZAR DAS BIAS OCORRE COM OPÇÕES DE PRESENTES PARA O DIA DAS MÃES

As empresárias e amigas Bia Milani e Bia Traldi se uniram em 2019 para trazer …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn