INDÚSTRIAS DE CAMPINAS REGISTRAM REDUÇÃO DE 850 POSTOS DE TRABALHO EM JULHO

26 de agosto de 2015.
O nível de emprego na indústria da
região de Campinas em julho registrou um saldo de 850 demissões. Este foi o
pior resultado para um mês de julho desde o início da série histórica em 2003.
O anúncio foi feito pelo diretor do Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp) regional Campinas, José Nunes Filho,  que acrescentou que no
início do segundo semestre, em anos anteriores, era  dada a largada para
as contratações temporárias por parte da indústria, para atender a demanda mais
forte proporcionada pelas vendas de final de ano. “Este ano, ao contrário, nada
disso deve ocorrer. Estamos tendo demissões e não existe nenhuma perspectiva de
que devam ocorrer contratações por parte da indústria”, explicou.

O diretor do Ciesp-Campinas
acrescentou que no acumulado de janeiro a julho de 2015, o  nível de
emprego na indústria regional é negativo com 1,95 mil demissões e no acumulado
dos últimos 12 meses foram perdidos 4,4 mil postos de trabalho. O setor de
Veículos Automotores e Autopeças tem registrado o maior número de demissões.
Para Nunes esse quadro só mudaria se os pedidos para o natal aumentarem. “Isso
aumenta a produção e a demanda das indústrias, mas até agora nós estamos com as
demandas caindo, importação caindo, exportação caindo, consumo interno caindo,
uma situação política muito grave no país, uma crise econômica muito grave e
agora para somar tudo isso nós entramos numa crise econômica internacional
também que ninguém sabe que final vai ter”, completou.

A pesquisa de sondagem industrial do
Ciesp Campinas referente ao mês de julho realizada pelo Centro de Pesquisas
Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) mostra que em julho as vendas
alcançaram uma certa estabilidade, no entanto, isso é reflexo de uma sequencia
de quedas. A inadimplência subiu para 42% dos respondentes e o mais grave é que
72% dos respondentes não pretendem investir caracterizando um clima de
pessimismo e de total recessão da economia regional.  
Para José Nunes Filho as indústrias
adaptaram sua produção às vendas que estão baixas. “As indústrias já fizeram a
homologação com demissão de pessoal e tudo para terem estoques baixos e não
comprometerem seu fluxo de caixa. As empresas que estão bem geridas estão
cuidando para que seus estoques não subam porque as expectativas não são boas.
Não tem nada no horizonte de que a situação vá melhorar”, afirma.
O economista da Facamp, José Augusto
Ruas, analisou a balança comercial regional, que embora possa beneficiar as
indústrias em razão da desvalorização do real, no seu volume – o somatório das
exportações e importações, apresenta  tendência de queda. Em pesquisa
específica sobre taxa de câmbio e importações, realizada pelo Ciesp-Campinas e
Facamp, o economista destacou que os dados  apontam para um elevado grau
de penetração dos insumos importados na produção brasileira, em razão da
dificuldade de substituição  por parte da indústria regional de fornecedores
externos por internos.
José Augusto Ruas disse que a
tendência é de que o clima de pessimismo por parte dos empresários continue,
pois para eles não há nada de efetivamente concreto que reverta essa situação. “Eu
acredito que quem vai pagar essa conta é o trabalhador e que as demissões devem
continuar”, disse.
A balança comercial
do Ciesp Campinas mostrou que no mês de julho as exportações apresentaram
expressiva retração de 14,9% seguida por uma retração mais leve, de 3,2% das
importações. “A queda das importações significa nesse curto prazo de tempo,
redução de produção, então recessão na economia da região e isso é um problema”,
afirma Ruas.
O índice de confiança do empresário
industrial paulista avançou para 32,8 pontos em agosto, encontrando-se a 17,2
pontos distante do nível de estabilidade que é de 50 pontos. Com isso, o
indicador chega ao seu vigésimo terceiro mês de pessimismo.

Foto 1 – Diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho e o economista e professor da Facamp, José Augusto Ruas.
Foto 2 – Coletiva de José Nunes Filho.
Foto 3 – Entrevista do professor José Augusto Ruas ao jornalista Milton Paes.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações 

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