OS ENTRAVES DO TURISMO RODOVIÁRIO NO LITORAL PAULISTA

22 de janeiro de 2016.
ARTIGO DE REGINA ROCHA

Diante da atual crise
econômica, cidades têm adotado medidas para passarem por ela minimizando
impactos. A saída para muitas se manterem, fazerem a economia girar e
continuarem a gerar emprego é abrir às portas ao turismo, principalmente
rodoviário. A prática ainda é pouco usual no litoral paulista, já que há
restrições de entrada, permanência e circulação de ônibus de turismo.
Em congresso
realizado em Caraguatatuba, coloquei em pauta o apagão turístico rodoviário nas
16 cidades do litoral norte e baixada santista do Estado. Para uma empresa de
fretamento entrar numa cidade litorânea é preciso autorização prévia e que
recolha taxa de estadia; é proibido estacionar em vias públicas e; em muitos
casos, é definido um ponto para o desembarque dos turistas (nem sempre o local
é o desejado ou mesmo adequado). A circulação/permanência dos ônibus sem
autorização é passível de multa e apreensão do veículo.
Defendemos o turismo
sustentável, que gera riquezas para todas as partes e que seja previamente
conhecido para o município se preparar para receber os turistas. Mas essa
organização depende de tecnologia. E é inadmissível as agências ou
transportadoras terem de praticar uma série de atos burocráticos no destino da
viagem. Hoje, tudo pode ser feito pela internet, disponibilizando a informação
a todos na organização do turismo e do trânsito, evitando transtornos.
Se as restrições
foram criadas para impedir os “farofeiros”, hoje elas impedem muito mais o
turismo por fretamento rodoviário organizado, que é uma opção crescente de
transporte.
A saída para a melhor
eficiência do fretamento rodoviário é desburocratizar e informatizar o acesso
das transportadoras turísticas. Esta tecnologia também permitirá uma
fiscalização indireta, afastando o transporte clandestino/irregular e poderá
fazer uma série de checagens da empresa e do veículo antes de emitir a
autorização de entrada na cidade. O próprio sistema pode se custear gerando
receitas para o município com publicidade. O trânsito dos veículos de turismo
pode ser previamente ordenado, com rotas de acesso delimitadas na autorização,
evitando prejuízos à mobilidade.
Em baixa temporada, nosso litoral fica
completamente ocioso enquanto temos milhares de escolas querendo fazer estudos
do meio ambiente, terceira idade disponível para viajar e tantos outros
turistas que gostariam de conhecer os atrativos de 600 km de praias. Poder
público e iniciativa privada juntos podem encontrar uma melhor solução para
essas e outras questões que dificultam nosso turismo rodoviário. Vamos
conversar?
Regina Rocha é
diretora executiva da FRESP (Federação das Empresas de Transportes de
Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo), bacharel em Direito e em
Turismo, atua há mais de quinze anos com o setor de transporte rodoviário e
turístico e é uma das conselheiras do Conselho Estadual de Turismo.
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