PEGADA AMBIENTAL E A SOBRECARGA DA TERRA

25 de agosto de 2015.
ARTIGO DA ENGENHEIRA CIVIL MÁRCIA RAMAZZINI

No último dia 13 de agosto atingimos
a sobrecarga da terra. A data marca o dia em que já consumimos todos os
recursos naturais disponíveis do planeta. Em inglês, a data é conhecida como
“overshoot day”. O cálculo é feito pela GFN (Global Footprint Network) que
monitora a pegada ambiental do mundo inteiro. Esta avaliação teve início em 1º
de outubro de 2000 e a cada ano tem acontecido mais cedo.
E o que significa a pegada
ambiental?  É a emissão de CO² de um país ou estado que caminha de forma
rápida e assustadora, pois estamos consumindo os recursos do planeta de forma
desordenada. A pegada ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental, que
leva em conta o consumo da população com a capacidade regenerativa do planeta.
Contempla as áreas de plantio, terra e água necessária para bens de consumo
como, por exemplo, grãos, peixes, energia, entre outros.
Segundo o presidente da GFN (Global
Foot Netwoork), Carlos Seiji Namoto, é imprescindível que na Conferência do
Clima, em Paris, que ocorrerá no final deste ano, a COP 21, seja acordada a
redução de 30% de CO² até o ano de 2030. Eliminar completamente o uso de
combustíveis fosseis é um acordo imprescindível nesta Conferência. Os governos
deverão adotar medidas visando melhorar o desempenho econômico a longo prazo, e
assim, melhorar a relação homem x meio ambiente.
Porém, repensar hábitos de consumo é
uma tarefa muito difícil e exigirá campanhas educativas efetivas, sem falar que
o primeiro a adotar e assimilar este conceito e necessidade são os nossos
governantes. Nem preciso dizer que o Brasil está muito atrasado nisto!
A WWF ONG (World Wild Foundation) de
origem suíça, presente em 162 países e uma das mais respeitadas organizações
não governamentais, começou em 2009 a efetuar o cálculo da pegada ecológica no
Brasil, inicialmente nas cidades de Campo Grande e São Paulo, através de sua
parceria com a GFN (Global Footprint Network).
O consumo médio da nossa nação
equivale a países de primeiro mundo (2,7 hectares globais/habitante), ou seja,
necessitamos de 1,6 planetas para manter nosso estilo de vida. Exemplo disso
são os paulistanos. Seria necessários 4,38 hectares/habitante, ou seja, 2,5 planetas
face a renda per capta da população. Portanto, hoje não consumimos de forma
consciente, levando a sobrecarga do planeta.
A ANA (Agência Nacional de Águas) em
parceria com WWF e outras organizações governamentais lançou o Programa Água
Brasil, assim como, implementação do Programa Nacional de Resíduos Sólidos.
Este programa abrange cinco cidades Belo Horizonte (MG), Natal (RN), Caxias do
Sul (RS) Rio Branco (AC) e Pirenópolis (GO). Estes municípios foram os
escolhidos para lançamento das campanhas educativas iniciando com a
conscientização da pegada ecológica, coleta seletiva, programas de reciclagem,
entre outros.
Se pensarmos a nível Brasil, isso não
representa nada, mas pelo menos é um começo. Esperamos que o programa tenha
sucesso e cresça a passos galopantes pois, nosso consumo atual é muito acima do
ideal.
Marcia Ramazzini é engenheira civil pela PUC Campinas, engenheira em
segurança do trabalho e meio ambiente pela Unicamp e mestranda em Saúde
Ocupacional também pela Unicamp. Tem especializações em Riscos Industriais e
Construção Civil pela OSHA (Occupational Safety Health Administration),
Ministério do Trabalho dos Estados Unidos. Marcia é diretora da Ramazzini
Engenharia e tem 20 anos de experiência de mercado.
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

ESPECIALISTA LANÇA LIVRO SOBRE MANDATO COM GESTÃO INTELIGENTE

O especialista em administração pública e consultor em gestão pública, Charles Vinicius acaba de lançar …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn