PERCEPÇÃO DE ESTOQUES ADEQUADOS DO COMÉRCIO PAULISTANO CAI EM DEZEMBRO

22 de dezembro de 2014.
A percepção em relação aos estoques do
comércio na região metropolitana de São Paulo (RMSP) registrou queda em
dezembro, após três melhoras mensais consecutivas. O indicador chegou aos 110,6
pontos no mês. Em relação a novembro deste ano, a queda foi de 1,1%. Já na
comparação com dezembro de 2013, o recuo foi de 13,2%.
Os dados são do Índice de Estoques (IE)
da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP). O indicador capta a percepção dos comerciantes sobre o volume
de mercadorias estocadas nas lojas e varia de zero (inadequação total) a 200
pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e
adequação.
Na análise da FecomercioSP, ao longo de
2014 houve deterioração da adequação dos estoques, com ênfase para o aumento da
proporção de empresários que identificou excesso – e não falta de produtos. Com
a redução das vendas diante do que era projetado no fim de 2013, era natural
que ocorresse essa inadequação, resultando em mais empresários com estoques
altos.
Na comparação entre dezembro de 2014
com o mesmo mês do ano passado, houve queda de quase 12% na adequação dos
estoques. Esse recuo é resultado de um aumento de quase 50% dos empresários que
dizem ter estoques acima do desejado. Por outro lado, a proporção de
empresários com estoque insuficiente caiu quase 8% no mesmo período.
A distância entre estoques acima e
abaixo já foi de 18 pontos porcentuais. Hoje, está ao redor de 17 pontos, após
ter sido reduzida em agosto para 14 pontos porcentuais e voltado a subir em
outubro para 16 p.p. – marca ainda acima do patamar histórico.
A perspectiva é um Natal
“magro” para o comércio varejista, já que as encomendas aos
fornecedores para reforçar as vendas da data já foram feitas, e tudo indica que
ficaram abaixo daquelas realizadas no ano passado. Isso pode ser explicado pelo
forte aumento da percepção de estoques elevados por parte dos varejistas
paulistas. Ou seja, aparentemente, os estoques estão elevados em relação às
vendas neste momento e há indícios de que não ocorra recuperação até o Natal.
Para a assessoria econômica da
Entidade, esse movimento resultará em complicações para o fluxo de caixa de
muitas empresas do setor. Por outro lado, os pedidos a fornecedores terão de
aguardar, mantendo o ritmo muito baixo da produção nacional e reduzindo o
volume de importações no início de 2014.
Os principais fatores para a volta do
desânimo do setor são a inflação em alta novamente após um período de trégua e
a expectativa de crescimento zero para o PIB e para o varejo em São Paulo. O
problema, avalia a FecomercioSP, é o retorno desse desânimo tão próximo às
festas de fim de ano, momento mais importante para as vendas do comércio.
O Índice de Estoques é apurado
mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600
empresários do comércio nos municípios que compõem a região metropolitana de
São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando,
respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos
números do índice, é possível identificar percepção dos pesquisados relacionada
à inadequação de estoques para “acima” (quando há a sensação de
excesso de mercadorias) e para “abaixo” (em casos de os empresários
avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo).
A Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade
sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 155 sindicatos
patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um
segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais
de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista –
aproximadamente 4% do PIB brasileiro – e gera cerca de cinco milhões de
empregos.
Foto: Estoques dezembro.
Crédito: Divulgação.
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