PRESIDENTES DA FIESP E DO CIESP SE REÚNEM COM EMPRESÁRIOS DO CIESP CAMPINAS

28 de agosto de 2014.
Os presidentes da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp) Benjamim Steinbruch e do Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo (Ciesp) Rafael Cervone Netto participaram na noite da
última terça feira (26/08) de um encontro com empresários regionais na sede do
Ciesp Campinas para falar sobre as perspectivas do cenário industrial, o
processo de desindustrialização e a crise hídrica enfrentada no Estado de São
Paulo. Na semana passada, o Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos
(Depecon) da Fiesp e do Ciesp revisou para baixo (0,7%) a expansão de 1,4% da
economia brasileira este ano. Da mesma forma, a previsão para o Produto Interno
Bruto (PIB) da indústria foi revisado para uma queda de 1,6%, contra estimativa
anterior de 1%. Outro dado preocupante divulgado pela Fiesp/Ciesp é a
performance do nível de emprego na indústria paulista, cuja projeção é de perda
de 100 mil vagas em 2014. No encontro, Benjamin Steinbruch e Rafael Cervone manifestaram
a preocupação da indústria, que vê sua participação no PIB recuar para 12,6% em
2014, caindo 50% nos últimos 20 anos, com o atual cenário econômico do país.Cerca
de 130 pessoas participaram do evento no auditório do Ciesp Campinas.
A Fiesp vem tentando conversar com o governo há
algum tempo em relação a redução da atividade econômica, no sentido da adoção
de medidas que minimizassem esse quadro. No setor automotivo, por exemplo,
algumas montadoras tem adotado medidas para enfrentar a queda na venda de
veículos novos no mercado interno e a redução das exportações do setor automotivo,
principalmente, para a Argentina, que em função da crise econômica naquele país,
reduziu sensivelmente as suas importações. No mercado interno as montadoras
estão adotando inúmeras medidas como férias coletivas em decorrência da queda
de produção com seus pátios cheios de veículos. A General Motors de São José
dos Campos adotou a Lei Off, que coloca 900 funcionários em casa, até fevereiro
de 2015, por conta da diminuição de suas atividades.
Em decorrência da queda do consumo, ocasionada pelo
aumento do índice de endividamento das famílias brasileiras, houve uma redução
de 30% do nível de atividade econômica. O Presidente da Fiesp, Benjamim
Steinbruch, disse que essa situação se agravou ainda mais em decorrência do
juro alto, da redução do crédito para consumo e a motivação para consumo deixou
de existir, inclusive pelo medo do desemprego. “Nesse momento que a gente está
o que poderia ser feito, na minha opinião, para resolver o problema seria a
questão de reduzir os juros e com consequência ter uma desvalorização do Real,
que permitisse a exportação. No setor automobilístico é um caso mais grave
porque nós tivemos por parte da Argentina uma dificuldade maior que corresponde
entre 10% e 15% da nossa produção, então o setor automobilístico está ainda
pior do que a média dos outros setores e essas férias que estão sendo dadas é
porque tem 42 dias de estoque nos pátios”, disse.
Para Steinbruch, a situação da indústria é muito
delicada e mesmo que o governo agora tivesse boa vontade, flexibilizasse e
fizesse tudo certo os frutos positivos só seriam colhidos após o carnaval de
2015, portanto a perspectiva para este ano é sombria principalmente para o
final do ano com inadimplência alta, dificuldade de consumo, dificuldade de
produção, juros elevados, perspectiva de inflação e desemprego.
A questão da crise hídrica também foi alvo de
discussão. A situação é muito crítica. O presidente do Ciesp, Rafael Cervone
Netto, disse  que se o governo tivesse
adotado as medidas necessárias o impacto seria menor. A grande preocupação é garantir
o fornecimento. “Tem setores que são muito críticos no consumo de água, como o
setor têxtil, o setor de alimentos e bebidas, o setor de perfumaria e
cosméticos, o setor de papel e celulose, mas independentemente do seu setor
todos usam água nos seus processos produtivos ou no abastecimento de suas
empresas e a gente sabe  que há uma
necessidade da população que é prioritário”, destacou.
Rafael Cervone lembrou que a indústria tem feito a
sua parte no sentido de racionalizar o consumo de água em seus processos
produtivos há algum tempo com a implantação de sistema de água de reuso,
reaproveitamento da água através de pequenas estações de tratamento em suas
instalações, entre outros.

Foto: Encontro de Presidentes no Ciesp-Campinas. Da esquerda para a direita: José Nunes Filho,
Rafael Cervone, Benjamin Steinbruch e Rui Rabelo.

Crédito: Divulgação.

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