PREVISÃO SALARIAL 2016 KORN HAY GROUP APONTA QUE TURBULÊNCIA ECONÔMICA AFETARÁ OS SALÁRIOS NO BRASIL

27 de dezembro de 2015.
A previsão divulgada
pela Korn Ferry (NYSE: KFY), destacada empresa global de consultoria
organizacional e de pessoas, revela que os trabalhadores de todo o mundo devem
esperar aumentos salariais reais de 2,5%. Esse valor, o mais alto em três anos,
combinado com a histórica baixa da inflação deixa uma situação mais confortável
para a maioria dos colaboradores em 2016.
Apesar de um cenário
global interessante, o Brasil é uma das economias que diferem da média. Assim
como a perspectiva para 2015 foi de aumentos salariais abaixo da inflação, para
2016 o cenário não é muito diferente. Apesar de aumentos esperados em torno de
7,7%, os brasileiros deverão ver apenas um corte de 1,2% nos salários reais no
próximo ano. A pesquisa indica que não será possível ver a recuperação do poder
de compra do trabalhador, por conta da desaceleração do mercado, da economia e
também pela inflação, que ultrapassou a previsão de muitas empresas. “O que
temos visto é que quem é elegível a acordos coletivos não é tão impactado. Já
os demais trabalhadores estão sendo muito afetados com a forte retração
econômica e o crescimento do mercado abaixo da inflação, este ano. Para 2016 a
perspectiva é que esse cenário se mantenha”, afirma Gustavo Tavares, diretor
Korn Ferry Hay Group. “Esse é um fenômeno que afeta a América do Sul,
principalmente Brasil, Argentina e Venezuela onde você tem mais evidente a
questão da inflação realmente deteriorando o poder de compra do trabalhar”,
completa Tavares.
Para os trabalhadores
na América Latina há a previsão de serem vistos os maiores aumentos salariais
anunciados em 2016, 11,4%. No entanto, devido à alta inflação na região
(12,8%), se espera ver cortes dos salários reais de 1,4%. Isto é especialmente
evidente na Argentina, onde apesar dos aumentos salariais de 31%, os argentinos
só perceberão um aumento de 3,6%.
Já Venezuela está
marcada a sofrer o corte mais significativo na renda real em todo o mundo. Os
aumentos salariais são elevados e chegam a 70%, mas como a inflação prevista é
consignada em 122,6%, os funcionários podem esperar cortes nos salários reais
de 52,6%.
Esta tendência
ascendente também pode ser vista na América do Norte, onde o mercado de
trabalho é flutuante. Nos EUA, com a inflação baixa (0,3%), os trabalhadores
vão experimentar um crescimento da renda real de 2,7%. Trabalhadores
canadenses, entretanto, veem aumentar os salários em 2,6%, com um crescimento
real de 1,3%. Em todo o continente, os salários vão aumentar em 2,8% – o mesmo
que no ano passado.
De acordo com a
previsão da Korn Ferry Hay Group, os trabalhadores de toda a Europa estão
marcados para ver um aumento salarial médio de 2,8% em 2016 e uma inflação de
0,5%, tendo um aumento real de salários de 2,3%. Abastecido por um ambiente de
baixa inflação, a Europa Ocidental vai ver um aumento de 2% nos salários reais
em comparação com um aumento de 2,9% na Europa Oriental.
As perspectivas são
positivas no Reino Unido, França e Alemanha. Enquanto aumentos salariais irão
permanecer em 2,5% no Reino Unido (o mesmo que nos últimos dois anos), a
inflação baixa significa que os salários reais estão crescendo 2,3% em 2016 –
acima da média da Europa Ocidental. Trabalhadores na França e Alemanha também
devem ver aumentos dos salários reais de 1,9% e 2,9%, respectivamente. O quadro
é semelhante na Grécia, onde, apesar de questões econômicas, os salários vão
aumentar 2% (em comparação com a previsão de 1,3% no ano passado), com a
deflação levando a aumentos salariais reais de 3,4% em 2016.
Dois países estão
excluídos das médias regionais devido a questões políticas específicas que
causam uma inflação elevada impactando nos aumentos salariais reais.
Trabalhadores na Ucrânia devem ver os maiores aumentos salariais na Europa
(11,5%), mas devido à inflação elevada (48,3%) os salários reais devem reduzir
drasticamente 36,8%. O panorama é semelhante na Rússia já que o impacto das
sanções econômicas e a queda dos preços do petróleo atingiram a economia.
Apesar de um aumento salarial médio de 7%, com inflação de 14,5%, os salários
reais devem cair 7,5%. Isto é significativamente mais do que a diminuição de
0,7% nos salários reais observados no ano passado.
Philip Spriet,
Diretor Global de Productized Services na Korn Ferry Hay Group, disse que a previsão
salarial mundial deste ano mostra que, para a maioria dos países, os aumentos
salariais reais em 2016 devem ser os mais altos em três anos. “As diferentes
condições macroeconômicas significam que existem fortes variações globalmente,
mas em geral aumentos salariais significativos, juntamente com a extremamente
baixa (e, em alguns casos, zero) inflação, significa que as perspectivas são positivas
para os trabalhadores”, diz.
Na Ásia, os salários
deverão aumentar 6,4% – queda de 0,4% em relação à previsão do ano passado. No
entanto, os salários reais devem crescer 4,2% – valor mais alto do mundo. Os
maiores aumentos dos salários reais estão previstos no Vietnã (7,3%), China (6,3%)
e Tailândia (6,1%). Na verdade, apesar da desaceleração econômica da China,
juntamente com a queda dos mercados de ações e da redução das exportações, os
trabalhadores do país irão ver um aumento salarial de 8% em 2016, enquanto as
taxas de emprego continuam a crescer devido à necessidade crescente de
trabalhadores qualificados e o aumento sustentado da classe média emergente.
Vendo a vantagem de
ser parte de uma economia gigante em rápido crescimento, os indianos também
devem ver o aumento mais elevado dos salários reais nos últimos três anos,
atingindo 4,7% em comparação com a projeção de 2,1% do ano passado e 0,2% em
2014.
O ano de 2016 parece
positivo para os trabalhadores no Oriente Médio e África. Apesar da queda dos
preços do petróleo, caos político e econômico em toda a região, os salários no
Oriente Médio e na África deverão aumentar 5,3% e 6,5%, respectivamente. A
inflação relativamente baixa significa que os trabalhadores terão aumentos salariais
reais de 3,8% e 1,6%.
No Oriente Médio, o
Líbano (11,5%) e a Jordânia (5,3%) devem ver os maiores aumentos dos salários
reais, com os Emirados Árabes Unidos vendo o mais lento crescimento real dos
salários (0,9%) – 2,8% menor que as previsões do ano passado. A inflação alta
no Egito significa que ele é o único país da região marcado para ver um corte
nos salários reais de 0,4%.
Philip Spriet diz que
a Ásia continua a impulsionar o crescimento dos salários globalmente assim como
as empresas parecem estar prontas para aumentar os salários. No entanto, o
mercado de trabalho global está mudando, com o envelhecimento da população
ativa nas economias mais fortes começando a dominar. “Nos mercados emergentes,
o desenvolvimento das competências dos trabalhadores é fundamental para as
empresas manterem uma vantagem competitiva e os empregados qualificados podem
esperar para ver os salários subirem com o impulso da escassez de talentos em
certas regiões”, conclui.
Os aumentos médios
dos salários reais são baseados em 73 países [banco de dados do Hay Group] –
excluindo a Ucrânia e Venezuela, onde o tumulto político e alta inflação
levaram a uma diminuição dos salários reais de 36,8% e 52,6%.

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