ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA REGISTRA QUEDA

08 de janeiro de 2015.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas
recuou 1,5% entre novembro e dezembro de 2014, ao passar de 85,6 para 84,3
pontos. A piora das avaliações em relação à situação atual exerceu a maior
influência na queda do índice em dezembro. O Índice da Situação Atual (ISA)
recuou 2,2%, para 84,0 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) registrou
queda de 0,9%, passando a 84,6 pontos. Na avaliação do professor de economia da
IBE-FGV e sócio diretor do Economies Consultoria Empresarial, Múcio Zacharias,
o resultado reflete o quadro da economia brasileira nos últimos meses. “Uma
série de fatores contribuiu para a queda dos índices, que vem se deteriorando
nos últimos 12 meses. Alguns exemplos são o BNDES com baixa rentabilidade para
investir nas indústrias, alta do custo de investimentos e o cenário político
instável que resultou na queda do índice de confiança das indústrias,” resumiu.
O economista explica que, para pessoas que investem em baixos valores,
como carros, a economia não foi afetada tão drasticamente, mas para empresários
e industriais que investem milhões em máquinas, o cenário é outro. “Com a
economia instável, a base para esses investimentos é praticamente toda
subsidiada pelo capital externo e, com a alta do dólar, a taxa de custos para
os empresários é muito alta, o que torna os investimentos menores,” afirma.
O indicador que mede o grau de satisfação com o nível de demanda exerceu
a maior influência na queda do ISA em dezembro. O indicador recuou 6,1% entre
novembro e dezembro, ao passar de 81,5 para 76,5 pontos, revertendo boa parte
da alta de 10,7% registrada no mês anterior. A proporção de empresas avaliando
o nível de demanda como forte diminuiu de 8,8% para 7,6%, enquanto a parcela de
empresas que o avaliam como fraco aumentou, de 27,3% para 31,1%. “A queda do
nível de demanda gera insegurança no emprego. O empregado passa a analisar as
contas e ao perceber que a segurança da empresa está abalada, ele para de
gastar, fazendo a economia parar também,” explica Zacharias.
Segundo o especialista em economia da IBE- FGV, o empresário não
conseguiu repassar ao consumidor todo o valor gasto em sua produção, fazendo
com que a indústria se endividasse, gerando uma queda no PIB industrial de 2,5%
nos últimos quatro anos. E, automaticamente, reduzindo os níveis de produção.
O indicador de produção prevista exerceu a maior contribuição para a queda
do IE, ao recuar 4,6% sobre o mês anterior, para 109,4 pontos, o menor nível
desde julho (106,8 pontos). A proporção de empresas que preveem aumentar a
produção nos três meses seguintes caiu de 35,0% para 32,4%; a parcela das que
esperam reduzir a produção aumentou de 20,3% para 23,0%. “O empregador vai ser
obrigado a demitir para se manter. O reflexo da indústria é o que está
contaminando toda a economia,” conclui Zacharias.
Segundo o presidente da IBE-FGV, Heliomar Quaresma, 2015, ao que tudo
indica, será um ano de desafios e superações. “Mesmo que neste ano não tenhamos
a Copa do Mundo e tampouco as eleições, os ajustes para que voltemos a crescer
de forma sustentável exigirão sacrifícios a todos, como já pudemos perceber com
as medidas do governo. E em cenários complexos, temos que estar preparados para
as adversidades”, declarou.
A IBE-FGV tem buscado oferecer a melhor formação executiva no tempo de
carreira de cada participante, desde executivos juniores até CEOs de empresas
nacionais e multinacionais. “Também, a fim de driblar este cenário adverso,
integramos a InterSector Alliance, que é uma consultoria ampliada com acordo de
resultados e que tem uma metodologia única para gerar valor compartilhado para
empresas, organizações sociais e governos”, reitera o presidente.

Foto 1 – Professor de economia da IBE-FGV e sócio diretor do Economies Consultoria Empresarial, Múcio Zacharias.
Foto 2 – Presidente da IBE-FGV, Heliomar Quaresma.
Crédito: Divulgação.

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