INDÚSTRIA DE CAMPINAS FECHA 2.050 POSTOS DE TRABALHO EM JUNHO

23 de julho de 2014.
O Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp) regional Campinas (SP) divulgou nesta terça feira (22/07) a
pesquisa de sondagem industrial referente ao mês de junho realizada em parceria
com o Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas).De acordo
com o levantamento houve um aumento no número de empresas respondentes com
relação a redução de sua produção passou de 40,7% em maio para 58,3% em junho.
Em junho de 2013 esse índice havia sido de 48,6%. No entanto, houve aumento no
percentual de empresas respondentes que assinalaram aumento da produção
passando de 11,1% em maio deste ano para 20,8% em junho. No mesmo mês do ano
passado esse índice era de 17,1%.
As vendas também registraram um índice
preocupante. Segundo a sondagem 85,7% dos respondentes assinalaram que as
vendas foram inferiores ao mês de maio e apenas 14,3% indicaram que se
mantiveram estáveis. Nenhuma empresa indicou aumento de vendas.
A inadimplência também apresentou piora. Não
houve redução da inadimplência para nenhuma empresa. Houve um aumento para
35,7% das empresas consultadas. Em maio deste ano o índice havia ficado em
29,6% e em junho de 2013, 15,8%.
A variação mensal no número de funcionários
teve sua tendência revertida no mês de junho. Nenhuma empresa alegou ter
aumentado o seu número de funcionários, ao contrário dos meses anteriores e do
mesmo mês em 2013. Houve também um aumento expressivo das empresas que
assinalaram ter havido diminuição do seu quadro de funcionários onde 57,1% das
empresas indicaram redução do seu número de funcionários, resultado 17,1 pontos
percentuais superior, a junho de 2013 e 53,4 pontos percentuais superior a maio
de 2014.
O nível de emprego industrial na Diretoria
Regional do Ciesp Campinas apresentou resultado negativo no mês de junho/2014.
A variação ficou em -1,18%, o que significou uma queda de aproximadamente 2050
postos de trabalho.
No ano, o acumulado é de -0,65%,
representando uma queda de aproximadamente 1200 postos de trabalho. Nos últimos
12 meses, o acumulado é de -3,00%, representando uma queda de aproximadamente 5.300
postos de trabalho. Quando comparados os meses de junho dos anos de 2013 e
2014, temos um cenário pior, pois em junho de 2013 o resultado foi negativo em
-0,98%.
O índice do nível de emprego industrial no Ciesp
Campinas foi influenciado pelas variações negativas dos setores de Equipamentos
de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (-4,01%); Máquinas, Aparelhos e
Materiais Elétricos (-5,10%); Veículos Automotores e Autopeças (-1,17%) e
Produtos Alimentícios (-1,34%), que foram os setores que mais influenciaram o
cálculo do índice total da região.
O vice coordenador do Centro de Pesquisas
Econômicas da Facamp, José Augusto Ruas, não acredita que este alto índice de
demissões registrado em junho se repita nos próximos meses. “É possível que nos
próximo mês a gente tenha um volume de demissões, mas dificilmente ela deve
superar a casa de500, como foi o mês passado. Eu acho que esse é um mês de
ajuste, que o empresário demite e vai se preparar ara o segundo semestre. Se
apontar m pouquinho para cima, as demissões param. Se apontar para uma
tendência devem diminuir aos poucos e estancar ao longo dos próximos meses. Não
acredito que o volume de demissões que a gente teve aqui se repita nos próximos
meses”, avalia.
O diretor titular o Ciesp Campinas, José
Nunes Filho, disse que a escassez hídrica não foi responsável pelo número de
reduções de vagas de emprego na região de Campinas. “Aqui na região não
refletiu nada. Nós não tivemos falta de água pra ninguém aqui. Não houve
nenhuma restrição de uso de água. As cidades que fizeram contingenciamento do
uso da água não chegaram a ter problemas. A indústria se adaptou. A indústria
alterou os turnos e isso não refletiu gravemente em nível de desemprego. Houve um
anuncio de desemprego causado pela falta de água na Bacia PCJ, mas tem que
lembrar que isso é de abril a julho e são 71 municípios. Nós aqui em Campinas
não tivemos problemas graves a não ser problemas pontuais e eu posso dizer que
foram graves, mas não representaram desemprego nas empresas que fazem captação
direta dos nossos rios Atibaia e Jaguari, que em alguns momentos tiveram
dificuldades para conseguir essa água e tiveram que paralisar a produção por
algumas horas e até por alguns dias, mas não chegou a comprometer o nível de
emprego aqui”, diz.
José Nunes filho disse também que o
empresário industrial não tem nenhuma perspectiva de melhora e isso se reflete numa
retenção dos investimentos. “O empresário industrial não está vendo nenhuma
expectativa de melhora para o futuro em função da condução da política
econômica que não trás nada de novo e nenhuma reforma estrutural. Continuamos
com uma política recessiva. Provavelmente o PIB desse ano deve ficar abaixo de
1% e nós temos o índice de confiança do empresário industrial no Brasil na
faixa dos 40 pontos quando a média histórica é de 54 pontos e isso vem decrescendo
desde 2010. Isso reflete um pouco o que a gente espera para 2015 que vão Sr os
reajustes das tarifas de energia elétrica, os reajustes das tarifas de
combustíveis como a gasolina e o diesel, que vão refletir nos custos de
produção e vão refletir também na política industrial, nos investimentos e isso
tudo nos prejudica. Está havendo retenção de determinados custos que vão
explodir em 2015”, destacou.
Foto: Diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho e o professor da Facamp, José Augusto Ruas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

ESPECIALISTA AVALIA SOBRE A MELHORA DA PERSPECTIVA DA NOTA DE CRÉDITO DO BRASIL

A agência de classificação de riscos Moody´s revisou para cima a perspectiva da nota de …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn